segunda-feira, 30 de julho de 2012

Janelinha [?]

Que eu me permita sonhar então... é tão estranho.
Como que se minha mente [essa que considero tão exploradora] nunca tivesse cogitado a possíbilidade de um dia voar mais longe.
Porque ontem o agora já era longe demais.
E o agora hoje já parece tão pouco...

De repente, de uma frestinha, uma janela se escancara logo a minha frente
e aquela luz vem e me ofusca os olhos.
Ainda é apenas uma janela.
Mas me ponho a pensar em tudo que poderia ter acontecido e não aconteceu.
E se houvesse um motivo além daqui?
Mas me ponho a pensar em tudo o que aconteceu, e em como foi importante pra mim.
Então...

Qual é o propósito Dele?

sexta-feira, 27 de julho de 2012

É pra ouvir... Assinado eu [Tiê]



 
 
Já faz um tempinho que eu curto Tiê. Uma das carinhas da nova geração da mpb, e é mesmo bem legal... legal, fofo e criativo. Há, claro, quem ache estranho e tal. Mas eu já assumi que curto mesmo, e eu sou boba com essa música.
A letra é má (kkk' engana quem?), mas a voz e violão... huum, me encanta!

Então eu continuo ouvindo! :)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ah, o amor.

"Pois de amor andamos todos precisados!
Em dose tal que nos alegre, nos reumanize,
nos corrija,  nos dê paciência e esperança,
força, capacidade de entender, perdoar,
ir para a frente!
Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine
contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais
que estamos vivendo ou presenciando."

Carlos (Gênio) Drummond de Andrade


terça-feira, 24 de julho de 2012

Bruta Flor, Maria



           Era uma mocinha do campo. Jeito simples, olhar mimoso, boca calada. Num barulho se virava e assustava, mas abria o mais puro sorriso ao ver de longe um passarinho. Era mocinha pobre, mas de mente rica. Com o pouquinho que sabia, se permitia analisar aquele mundinho que a cercava. Talvez fosse esse o segredo. Ela era simples. Uma simples Maria. Maria que a tudo via e a tudo explicava, estando certa ou errada, encontrava nas coisas um sentido.

           Até que um dia encontraram Maria. Uma moça da cidade, de boca vermelha e vestido lustroso. Não era bonita, mas o rosto corado chamava a atenção. Olhou a menina e se encantou com as coisas que dizia. Quem sabe fosse o sotaque rústico ou a mania de narrar o mundo. A moça perguntou se sabia ler, até que série havia estudado, se já ouvira falar em Shakspeare, se queria conhecer Paris, de qual cor mais gostava, se gostava de vestidos elegantes... e tantas outras perguntas que fizeram Maria balançar a cabeça, atordoada. Aos pouquinhos a menina foi "fechando a cara" e parou de tentar responder. E quando a moça, ao enfim perceber o incomodo da menina e questionar o motivo, ouviu Maria responder:
            - Pra quê?
            E pelo causo foi o suficiente. A moça de boca encarnada se levantou animada e pediu para conhecer a casa de Maria. Queria levá-la. Mostrá-la o mundo, sua casa. O sertão era pequeno demais para Maria.

           A mãe chorosa relutou. Apesar dos outros seis filhos, amava muito sua Maria. No fim das contas aceitou obrigada pela própria menina. Não que ela quisesse ir, mas a moça prometera ajudar nas despesas e também daria uma vaquinha para o leite dos menores. Não era oferta que se recusasse. Arrumou uma trouxinha com o vestido de domingo (porque a moça disse que a faria muito elegante, e aquilo era a coisa mais elegante que tinha) e pôs a sandalhinha de couro na estrada. A mãe ao longe ainda chorava, orando em silencio pelo retorno breve da filha.
          
           Duas horas de viagem e chegaram ao trem. "O primeiro de muitos" a moça rosada dizia. Teria que aprender seu nome - Prima Rosália, ela insistia. Parecia feliz com a nova conquista. Era moça solitária buscando compainha. Tinha brilho no olho que alarmava o coração. Parecia ter sofrido por amor algum dia. Mas Maria permanecia calada. Por enquanto, queria só olhar. Mais dois minutos, e teve medo.
           - Se quiser, posso voltar pra mainha?
           - Oh... - disse a moça enquanto escolhia as palavras - será um pouco complicado, mas...
           - Tudo bem.
Passou.
[...]

domingo, 22 de julho de 2012

O Diálogo entre a Raposa e o Principezinho

XXI

E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
"Eu estou aqui," disse a voz, "debaixo da macieira..."
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas
também. É a única coisa interessante que eles fazem - Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços".
- Criar laços?
- Exatamente, - disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho.
Existe uma flor. . . eu creio que ela me cativou ...
É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom ! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo ...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me - disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um amigo,
cativa-me!

- Que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto ...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração ... É preciso ritos.
- Que é um rito? - perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa, É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso!
Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias !
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah ! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse ...
- Quis, - disse a raposa.
- Mas tu vais chorar ! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada !
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda.
Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era
uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo.
Ela é agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se
lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

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"Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"


Eu lembro a primeira vez que li "O Pequeno Príncipe". Acho que tinha uns 10 anos e estava passando as férias em Juiz de Fora-MG (minha terra *-*) na casa de Tia Maria. É um lugar ótimo, porque meu tio é do tipo maluco colecionador de coisas interessantes. Ele é incrível. Coleciona desde canetas a miniaturas de carros, filmes, seriados e REVISTAS DE QUADRINHOS. Muuitas, milhares delas! Imagine toda a coleção dos personagens Disney, acumuladas ano após ano, por mais de uma década. Tio Patinhas (minhas prediletas), Pato Donald, Pateta, Pluto, Mickey, Miney, Margarida, Zé Carioca, também a Turma da Mônica... fora aquelas HQ's originais, caríssimas e importadas do Homem Aranha e Batman que eu nunca toquei (como se eu soubesse ler inglês kkk) e que ele guarda num cofre escondido na casa. Sim, infelizmente ele é um super protetor das coisas dele (mas eu já tratei de fazer com que fique tudo pra mim no testamento dele kkkkk).
Mas voltando... Foi numa destas tardes preguiçosas, eu enfurnada em casa vasculhando as revistinhas, que minha tia me chamou a atenção.
- Nós temos "O Pequeno Principe" aqui em casa... se quiser, você poder ler.
É claro que ela queria que eu parasse de bagunçar a casa (kkkkkkkkkkkkk'), mas foi uma proposta interessante. Nunca tinha lido, mas minha mãe já falava do livrinho a muito tempo. E foi ai que eu li... e eu leio pelo menos uma vez por ano (são só duas horas de leitura), só pra não me esquecer.
Porque naquela época, esse diálogo meio que ficou guardado na minha cabeça, e apartir de então foi justamente o fator "cativar" que eu passei a procurar nos outros. Custei muito a achar amigos de verdade (minha mãe que sabe das crises que eu tinha kkkkk'). Mas então eles me apareceram, devagarinho, de onde menos imaginava... e hoje, acada novo amigo, é do que a raposa disse que eu me lembro. Porque ela me mostrou o sentido daquela frase "amar é a arte de sentir falta", quando eu nem sabia disso direito. Continuo aprendendo, tentando entender. E continuo descobrindo, a cada nova amizade, o sentido disso tudo. E ficando ainda mais feliz a cada dia.

Por que essa coisa de amizade é um dos meus assuntos prediletos. :)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Post Flash - Pelo direito do meu "eu".

As vezes olho para mim mesma e tenho medo.
Medo de, aos poucos, me converter ao convencional; comum; normal. O que seja.
Porque enquanto me permito a espontanedade, continuo me permitindo ser quem sou.
E não fo, quem mais vou ser?
Fruto da vontade alheia?
Espelho do que os outros querem ver?

Não, meu senhor, não quero.

Por que o normal (além de chato e previsível) se deixa misturar à multidão e acaba te transformando em... em nada.
Não dá pra mim.
Eu quero tudo.
Tudo o que posso esperar, sonhar... e viver.

Então que os meus olhos não se convencionem aos convencimentos na massa.
Que o estranho me maravilhe e que o absurdo me satisfaça.
Quero ser feliz com a minha personalidade própria.

E quero encontrar tantos outros que concordem comigo. Ou não.
Mas que tenham raciocínio lógico suficiente para lutarem por serem eles mesmos.
:)

terça-feira, 17 de julho de 2012

Minha estrela



A vi no mesmo dia que contemplei as estrelas pela primeira vez.
A vez em que tive dimensão de sua realidade.
Tão linda, única; tão distante.
Admiraria eternamente, se me permitisse.
Seus olhos, mesmo tão dispersos, me envolviam na áurea de mistério que a cercava.
E como um louco partindo para o desconhecido, me apaixonei.
Ah, se pudesse alcançá-la.
Se pudesse descobrir os segredos a nenhum outro revelado.
Se, por um instante, pudesse sentir o calor do seu brilho, que irradiava e inundava a minha vida.
Eu a amava.
De forma tão intensa e desmedida, que obriguei meu coração a se calar.
Fiz dela o meu sonho mais desejado;
meu desejo mais encabulado;
minha ilusão sem esperanças.
Ainda assim, se fecho os meus olhos, posso encontrá-la.
E ela me olha, e eu me vejo.
Somos um na harmonia de nossas vibrações, e sorrimos.
Alcançamos o céu e o espaço, e nos unimos.
E de olhos abertos, sigo a contemplá-la.
Desenhando ao seu redor a constelação que lhe é digna.
À luz do meu amor, que com o Sol renasce a cada dia.
[...]

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Amizade


Digam o que quiser... Maurício de Sousa é gênio!

Amigos. E o que seria de mim sem eles?
Amor, pra sempre. <3





domingo, 15 de julho de 2012

Ponto 1.

Custei a abrir os olhos, mas a noite tinha mesmo que acabar.
E o quanto custou...
Na lentidão da ocorrencia dos fatos, me exclui de tudo que pudesse me afetar novamente.
E do que adiantou? A apostasia que anulou meus pensamentos e meu coração.

E é tão complicado.
Sair do que já se tornou comodo.
Felizmente, cômodo mas inaceitável.
Por que uma vez vista a luz, não é mais possível voltar à escuridão.

Mas ainda assim vai ser difícil, eu sei.
Ainda tenho um longo caminho de volta... se é que vou voltar.
Talvez agora o caminho aponto para outro lado. Algo melhor.

Eu espero. Eu quero.
Eu vou.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dia de rock, bebê.


Neste dia do rock...

... minha visão perfeita de futuro.

kkkkkkkkkkkk' É o Jr!

terça-feira, 10 de julho de 2012

A (vergonhosa) história da educação no Brasil




Taí uma coisa que eu devo lembrar eternamente... eu faço parte disso.
Eu também posso mudar isso.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Mudança.




Num destes dias de sol preguiçoso, ela se levantou e começou a arrumar as malas.
Aos amigos anunciaria que estava de mudança. O resto não importava.
Pegou as malas maiores para colocar nada mais que o necessário.
Olhou-se no espelho, mas ainda não via.
Precisava se preparar para que tudo ficasse devidamente organizado.
Começou.

Começou por aqueles trapos esquecidos no fundo da memória.
Mente atolada de ideias futeis e inuteis que bagunçavam o ambiente.
Tirou quilos e litros delas. Fechou a primeira mala.
Não foi das tarefas a mais fácil.
Por um segundo bambeou e caiu de lado. Era um bom sinal, estava mudando.

Abriu a segunda mala.
Tinha medo do que encontraria, mas seguiu adiante.
Resolveu fuçar num cantinho esquecido, e numa caixinha colorida descobriu sorrisos.
Bons momentos, sensações e fins de tarde ensolarados.
Mas ela estava no lugar errado, sabia. Separou.
Deparou-se com o entulho de construções falidas.
Antigos sonhos frustrados ou simplesmente esquecidos que foram se acumulando, se acumulando... não sabia que ainda estavam ali.
Pegou a pá e fez a limpeza. Foi o que coube na segunda mala.
"Tenho malas maiores do que imaginava" pensou. Talvez ela não soubesse que se extendiam de acordo com o que ela permitia se livrar.
No momento foi a conta. Fechou a segunda mala.
Já estava suada com todo o esforço, mas parecia valer a pena.
O lugar agora parecia mais arejado, mais claro. Pensou em pintar as paredes qualquer dia.

Abriu a terceira mala.
Depois de tantas buscas, já não sabia o que guardar desta vez.
A mala parecia pequena diante de tantas coisas... pensou em deixar pra lá.
Não fosse a esperança de que tudo se tornaria limpo denovo, não conseguiria ir em frente.
Mas foi, graças a Deus.
Vasculhou o espaço, desanimada.
Encontrou um cofre lacrado. Era grande, imponente e cinza escuro.
Mas ela sabia a senha.
Não que a usasse com frequencia, talvez nem lembrasse... mas o cofre tomava uma boa parte do espaço. Não era fácil esquecê-lo ou evitá-lo.
Teve medo, mas abriu.
E na escuridão que se revelou só encontrou um pote de lágrimas e uma adaga.
Fazia algum tempo... mas ainda doia. E ainda assim, era quase impossível livrar-se deles.
Fechou os olhos e segurou todo o peso que conseguiu suportar.
(Mas como foi possível?)
Sentiu todas as dores outra vez. Outra vez.
Saíram todos os fantamas do cofre e outra lagrima escorreu.
Mas passou... milagrosamente, o imenso cofre coube no pequeno espaço da maleta.
Relutou. Mas desta vez, a mala fechou-se sozinha.

Então parou para respirar.
Todo o esforço lhe esgotou por completo. Iria parar por ali.
E quem mais conseguiria carregar as malditas malas?
Era melhor...

Mas ao virar-se para o desmazelo, o folego lhe voltou por magia.
No antigo espaço maltrapilho só restava uma pequena caixinha colorida.

As antigas malas foram devolvidas. Ou dissolvidas, não se sabe.
A mudança tinha sido feita, e com sucesso - quem diria!
E então ela sabia que não havia feito tudo (ou na verdade nada) sozinha.
Sobre a caixinha apenas um recado:

"Vista-se com o melhor que tem.
Eis que tudo se fez novo. Inclusive você."

domingo, 8 de julho de 2012

Snoop and Me




Eu compartilho com o Snoop esse sentimento de escrever e... só Deus sabe o que sai na hora.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sejamos democráticos;

Democracia neste país existe?

Eu, na minha enorme limitação e direito, já me sugeri pensar.
Não que isso tenha sido sugerido a mim no tempo que passei na escola, a não ser nas situações em que os professores demonstravam revolta diante da situação que tinham de aceitar para exercer (se é que pode se considerar isso um exercício adequado) sua profissão.

Pense comigo.
Quando lhe é feita uma pergunta, você responde de acordo com o que sabe sobre o assunto.
Se não sabe nada, ou não responde ou, caso seja um dos que não aceitam desconhecer alguma coisa, se deixa manipular por alguém um pouco mais esclarecido (positivamente ou negativamente) e responde o que não sabe pelo que acha que conhece.
Certo. Isso nos leva a uma condição de conhecimento.
Uma vez eu ouvi uma frase dita pelo Pe. Fábio de Melo (não sei se é ele realmente o autor): "Você é escravo da sua ignorancia". Significa que sempre que você é alheio a alguma coisa, desconhece a maneira de solucionar determinado problema, fica sujeitado a depender de quem sabe. Então, ao ter o problema solucionado e a partir de então se tornar conhecedor do assunto, você já não dependerá de nada e de ninguém para resolve-lo posteriormente ("Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" Jo 8.32).

Bom, acho que daí já dá pra entender alguma coisa, não é?! Não é dificil... só raciocínio lógico e ajuda de mais alguém que sabe o que diz (pensar não é tão dificil assim).

 Voltando ao assunto do título, vamos entender a democracia como uma grande questão.
De acordo com o Dicionário Informal, democracia é  "S.f.(a) 1-Forma de governo em que o povo elege livremente seus representantes e exerce a soberania do Estado mediante um sistema partidário pluralista, com librdade de imprensa, de manifestação, de associação e de organização política e respeito aos direitos civís e individuais do cidadão". Ela é o direito concedido a todo cidadão, que assim pode opinar livremente sobre a situação (economica, política, social, seja lá o que for) do país em que vive.
Poxa, isso até parece... liberdade.

Bom, o lindo do Fernando Pessoa já definiu democracia também:

"Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida.
Quanto ao ponto de chegada depende de cada um."

Ok. Então espera. A democracia, por mais linda que seja, depende de mim e de você para se tornar real. E afinal, quem somos nós?! Quem somos nós para se tornar capazes de julgar e determinar aquilo que é melhor para uma nação? Na verdade a grande maioria mal sabe cuidar de si mesmo... Que seja. Basta voltar um pouco mais para entender que somente o conhecimento nos traz a luz para uma responsabilidade como essa.
Eu sei que isso pode parecer papo de Aristóteles, Platão e Sócrates, mas eles tinham razão.

Ainda somos absolutamente dependentes das tecnologias externas, dos profissionais do exterior, do financiamento internacional e o pior, do jogo de manipulação do nosso governo.
Desse não temos do que nos orgulhar, infelizmente.
Porque talvez seria uma ótima ideia escolher bons representantes, esclarecidos, que pudessem nos encaminhar e nos mostrar uma forma de fazer um país melhor.
Mas se essa atual representação é o retrato do que hoje somos... eu não declararia com tanto orgulho o fato de ser brasileira. E me perdoem os que acham isso radical demais.
Mas como não ser? Não bastasse a "baixaria" que rola solta no Congresso de forma cada vez mais explícita (sim, nos ultimos anos todos os politicos tem plena consciencia da forma que o povo passou a encará-los e mesmo assim não tomam uma medida sequer para amenizar a situação. Nunca vou esquecer quando assisti um vagabundo daqueles deles afirmando enfurecidamente para as cameras que "um político não pode sobreviver com 17 mil por mês, quando tem tantos eventos formais para frequentar" -.-'), ainda existem todas aquelas histórias - as piores - que nunca tomamos conhecimento.
Conhecimento...
Alguém sabe porque até hoje não houve um verdadeiro incentivo aos estudos neste país?
Claro, o governo criou novas oportunidades nas universades por todo país (afinal o Ensino Superior é de responsabilidade federal). Nunca foi tão fácil cursar uma faculdade. Acredite, acabei de ganhar a inimaginável bolsa integral de estudo para a PUC-SP. Além disso, nas universidades federais, dobraram-se o número de vagas e destas 50% são destinadas a alunos oriundos de escolas públicas. Realmente encantador... tirando o fato de que nunca houve tanta obsolencia de vagas, porque os alunos - que não tiveram base alguma na escola pública e enfrentaram mais dias de greve do que nas salas de aula - não tem condições de avançar num assunto sobre o qual desconhecem. E toda a burocracia que existe para que um aluno consiga de fato uma das bolsas concedidas...

Tivemos (poucos e nem tão relevantes) avanços sim.
Mas de quê adianta? Mal sabemos quem somos, muito menos quem podemos ser.
O brasileiro vive no escuro, aguardando a chegada de outra polemica, de outra farra política. Enquanto isso nos tornamos cada vez mais frios, desinteressados e acomodados.
Fadados à violencia que nos assola, a uma pobreza terrivelmente injusta e sem explicação (pelo menos algum explicação cabível), às trágicas condições de saúde, educação, transporte...
E falar... falar só não basta.
Sentir só, também não.
Porque precisamos saber, entender, enxergar e a partir daí falar e saber daquilo que temos.
A questão é tão simples. A resposta, ainda mais. 42.
Apenas não é interessante para as autoridades que discaradamente nos roubam e manipulam que nos tornemos seres pensantes que questionam e interferem. Será que dá pra entender?

E se você entende, então me diga: existe democracia neste país?




Eu sempre sinto que tem muito mais coisa que eu gostaria de dizer, mas não sei como. kk'


domingo, 1 de julho de 2012

Comfortably Numb





É pra ouvir, ver, chorar, sorrir... pelamordeDeus...