quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Lições Sonoras - Caneta e Papel (Os Arrais)



Meu bem me dê a sua mão
Ao entrarmos juntos na embarcação
Pro outro lado do mar
Além do que o olho vê
Com o vento em nosso favor
Não temos o que temer

Tempestades certamente irão nos alcançar
Longe no alto mar sem uma estrela a nos guiar
Mas a calmaria virá
Com águas tranquilas em mãos
Na luz que dá nome à manhã
Mais perto estaremos do lar

Meu bem não esqueça caneta e papel
Pra pôr em palavras o que iremos ver
Na rota diante de nós
Descrita por nossas mãos
O que mapas não podem dizer
Com traços, com pontos, e vãos

Meu bem me dê a sua mão
Ao entrarmos juntos na embarcação

OBS: Sabe quando você se apaixona por uma letra muito antes de ouvir a canção? Eu sei. Por falar do amor, do valor das palavras que eternizam os bons momentos, da luz que ilumina e tudo possibilita... E por saber que Deus já providenciou que eu não navegasse sozinha :) Muito amor!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Um texto desajeitado que me mostrou como ser eu.


Cá estou eu, no alto dos meus 23 anos recém completados e com toda a falta de completude que me acompanha desde que me lembro (rs).
Não é por mal... Sempre tive dificuldades em me ajustar e sempre me senti como a pecinha que não me encaixava. Mas também isso me trouxe boas consequencias.

Acho que o motivo é minha lentidão em processar todos os fatos.
Não aceito ter minhas ideias processadas por ninguém, então quem não entende não me aceita.
A uns dez anos atrás eu era a única que não via graça do Júnior irmão da Sandy (e hoje todas as minhas coleguinhas devem me dar razão). A uns cinco, eu era a que fazia pouca questão em vestir as roupas da moda. A uns dois, a única mulher com cara (e comportamento) de moleque na empresa. E a uns dois minutos atrás percebi que em relação as esquisitices... passaram-se as estações, nada mudou.
E isso é tão reconfortante!

23 anos, e eu ainda me sinto uma boa menina que ainda aceita de presente um lindo livro de colorir (mas tem que ser com aquela caixa de lápis de cor massa da Faber Castel!). Mas dessa vez sou também mulher que finalmente começou a entender o que é, o que faz e o que pode fazer para melhorar.
Com todas as ligações e rupturas que tive na vida - entre outras pessoas e comigo mesma - fui construindo e desmoronando essa criatura desajeitada. Que, ainda que desajustada, sabe que um dia terá o seu lugar já preparado.Afinal, meu lugar nunca foi aqui.

P.S.: Saudades desse blog... rs

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Coração tempestuoso.


Era só mais um rebombar no imenso...
Em meio a todo caos espacial, dentre trovões suntuosos e relâmpagos energizados, num segundo de silencio, ele ressoou.
Sem causar temor e quase sem ser notado.
Como se não fizesse sentido ou se mostrasse ser desnecessário.
Surgiu como se algo fosse e morreu sem nada ser.
Era só mais um rebombar no imenso.

sábado, 2 de maio de 2015

Meu menino.



Meu Deus sabe, eu sei lá o dia mas Ele sabe, quando eu me apaixonei pelo meu menino.
Uma paixão dessas que não precisa de chamego, de beijo ou de romance...
mas paixão que vem da admiração, da empatia, e que precede um sentimento mais nobre que se garante ter.
E por mais que eu repita, que eu me refaça, me reitere, não como escapar do momento em que meu coração cedeu.
E eu continuo escrevendo, pensando, falando, porque talvez seja uma das coisas mais bonitas que eu tenha em mim.
Ou porque talvez seja bonito tudo o que há nele e fica guardado em mim.
Porque meu menino não mede o sorriso... ele ri inteiro.
Meu menino fecha os olhos para conseguir enxergar tudo, e me enxerga de verdade.
Meu menino que pensa sozinho e ajuda tanta gente a pensar por si.
Meu menino que abraça com o carinho do mundo todo e faz todo mundo se sentir especial, sem nem mesmo bajular ou esbanjar palavras bonitas.
Meu menino já passou de menino e se tornou um homem.
Um homem que ainda sorri, olha, pensa e abraça com a mesma energia de um menino.
Homem que me completa e me desfaz.
Homem que eu amo, e que quero pra sempre.
Pra sempre sendo meu.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Palavras de uma tola.


Ele revirou os olhos, me deu as costas e se afastou.
E seu silêncio me golpeou o estômago. Já não era a primeira vez - sequer a segunda ou décima - que me ignorava daquele jeito e, com o passar dos episódios, o que antes era uma revolta divertida passou a doer mais que o necessário.
E eu já não sabia mais o que fazer.
Nessa troca de papéis, nunca soube atuar como uma coadjuvante desprezada. Desde quando o conheci, quando ele me viu pela primeira vez, era de mim que partia o primeiro “adeus”. Era ele quem fazia malabarismos para me provar o que sentia, o que pensava, sonhava, planejava para nós dois. Era ele quem se desdobrava para tentar me convencer de que seu amor podia (e provavelmente merecia) ser correspondido. Mas eu sempre discordei. 
E ele foi paciente...  Nesse joguinho de tantos anos, nunca precisei me esforçar para que pudesse tê-lo ao meu lado. Ele faria qualquer coisa para atrair minha atenção e, confesso, muitas vezes me aproveitei disso. Talvez desde o princípio.
E tantas pessoas me disseram que isso aconteceria.
Que ele se cansaria e me deixaria de lado. Que quando o perdesse enfim veria que também o amava e já não haveria mais tempo. Que estava sendo má, e o universo iria refletir em mim tudo o que estava fazendo com ele. Blá blá blá. Nunca menti, nunca o iludi e sempre fui muito clara: eu não tinha interesse. Mas se ele insistia, se ele queria, que mal havia?
Deviam mesmo ter razão. Ao vê-lo deixar a porta entreaberta ao sair, percebi que sua displicência me jogava num vazio desconhecido. Como louca, me viciei nas suas palavras macias, na sua disposição em me fazer sorrir, seu carinho inconseqüente e talvez principalmente na imagem que fazia de mim. Um ideal que eu sabia ser impossível alcançar, mas que me ensoberbecia por saber que existia, pelo menos para ele. Até o dia em que a miragem se desfez e começou a se esvair por nossas mãos.
Não sei se ele deixou de ser o mesmo ou se finalmente voltou a si. Mas eu... eu sutilmente desfaleci. Em abstinência, me desesperei em tantas loucuras, que meus artifícios para atraí-lo provavelmente o afastaram mais. E dentre todas as insanidades, lhe rendi o beijo que um dia ele tanto sonhou. Um beijo que o fez entender, na frieza dos meus lábios, que jamais poderia amá-lo.
Estavam errados.
Ao vê-lo partir, o que ardia em mim não era amor, sequer paixão. Era a necessidade da atenção que só ele conseguia me dar. E quando não se preocupou em fechar a porta, deixou a frieza da sua ausência entrar... e eu já não tinha o que me aquecer.
Diante daqueles segundos, percebi que não sou tão boa em conclusões. Não houveram lições a serem aprendidas e eu já não era capaz de assimilar um “ponto final”.  Me restaram o silencio e a espera. Em me tornar um pouco menos medíocre ou, pelo menos, me render à minha ingratidão. Quem sabe quando surgir outro infeliz que ocupe o lugar dele eu enfim descubra.
Ou não.

OBS: Eu sempre quis entender o que se passava na cabeça de uma dessas infelizes e, principalmente, se eu já fui uma. 
As vezes você pode ser inocente sobre seus próprios erros, mesmo que isso não lhe isente de merecer o sofrimento que eles lhe acarretam.