Falando em segredo, sei de outros que são praticamente invisíveis. Descobri quando, quase sem querer, fui parar na casa de um garoto que tinha poderes e nem sabia. E eu nem falo dos poderes que ele faz quando segura uma varinha, mas poderes que vão além da magia. Junto com ele descobri um outro universo que aparentemente vive aqui, pertinho do meu, mas que preferiu se reservar. Melhor do que as magias e as coisas legais que existem por lá, são as pessoas interessantes que a gente conhece. Algumas, alias, ficaram tão intimas que mesmo quando não tenho acesso diretamente, dão um jeitinho de vir até mim (não é, Luna?!). Mas esse garoto, Harry, se mete em cada situação tensa que acompanhar ele é sempre aventura. Claro que não tem como achar isso ruim. No final sempre dá tudo certo.
Mas continuando, me lembro também que tive uma ótima estadia em Beldingsville, só que há muito tempo... numa época em que os carros não era tão acessíveis e populares. Conheci uma garotinha incrível, filha de pastor como eu e com uma ideia positivista na cabeça que poucos resistiam em aceitar. Acompanhei suas dificuldades (graças à um acidente de automóvel - por ironia uma coisa que ela adorava - ela ficou sem poder andar por algum tempo) e seu crescimento, até se casar com um "tipão" bonito que conhecia desde criança. A visito com frequência... basta um pouco mais de tempo livre e lá estou eu novamente. Momentos deliciosos.
E o menininho que veio do nada e apareceu pra mim e para o aviador em pleno deserto do Saara! Que coisas lindas ele dizia... e era tão simples, tão fácil de entender. Suas palavras seriam capazes de tocar corações pelo mundo inteiro. E quer saber, quem disse que não tocaram?! Ele acabou indo embora, mas sempre tenho a chance de revê-lo novamente.
Ah... mas uma das melhores viagens foi a que me levou a um reino absolutamente diferente (e ao mesmo tempo com tantas coisas em comum) de onde vivo. Bem, para os garotos que tem um destino traçado para o que vão encontrar lá pode ser um pouco mais difícil chegar onde eu tenho acesso com a maior facilidade. Eles tem sempre que ter aneis verdes ou dourados, pular num lago, entrar num guarda-roupa ou simplesmente esperar que sejam chamados. Mas é sempre incrível. Um leão que significa muito, animais falantes, amigos incríveis, inimigos crueis, histórias que ensinam tão sutilmente que a gente quase não percebe. Os anos passam mas eu continuo voltando lá, e vou voltar muitas outras vezes, só porque sempre vale a pena, denovo e denovo.
E a pouco tempo atrás fui parar dentro de uma caixa de metal junto com um garoto estranho que nem sabia quem era. E mesmo quando a caixa se abre e ele se descobre num lugar absolutamente confuso as coisas ainda parecem que vão complicar cada vez mais. TENSO, muito tenso, mas divertido também. Eu nem gosto de lembrar, até porque eu não vou saber explicar direito... mas a história (que eu pensava que se esclareceria no final e só fez ficar ainda mais confusa) não terminou e eu ainda não sei o que vem pela frente. De qualquer forma, eu é que não vou querer ficar sem saber.
Nossa, já fui a tantos lugares que lembrar de cada um com todos os detalhes fica difícil. O melhor é que posso dizer que vivi tudo isso sem nem sequer mexer muitos musculos além dos meus dedos.
Sempre achei a leitura a coisa mais incrível... principalmente aquela sem gravuras (apesar de quase todas virarem filme no fim das contas) que me faz criar um "filme" particular imaginário. Que não aprendeu a gostar nunca vai saber o que é isso... não vai saber o que é sentir que sabe tudo sobre certo assunto e nem como se apaixonar por alguém ou mesmo ter medo de uma coisa que você nunca viu antes.
Eu sei. E ainda vou saber muitas outras coisas, pode crer.
"Quem não lê, pouco fala, pouco escreve, pouco vê"