sábado, 10 de maio de 2014

Mal interno.



Era mais um dia comum. Rotinas comuns. Sorrisos comuns.
E nas primeiras horas eu sequer me lembrava de sua infeliz existencia. Não me lembrava que as atitudes de um passado próximo lhe convocariam para o meu presente. E como saber? Você não avisa, simplesmente vem.
Foi assim, nessa sua mania de me atingir dum jeito inesperado, que as palpitações acusaram que você havia chegado. A inquietude me remoia por dentro, e o meu rosto tentava manifestar uma velha tranquilidade que não existia. E por mais que eu resistisse, que eu me negasse, que eu te evitasse, em minutos me levantei em função do seu pedido.
No nosso lugar secreto, me deixei levar. E, surpreendentemente, vi se esvair de mim toda a agonia, todo o peso. E ainda que o sofrimento me aflingisse, a dor era necessária.
Meus braços cederam, minhas pernas tremiam, e aos poucos perdia as forças.
E ao fim de tudo, quando enfim você se foi, me restou o vazio.
O vazio que eu precisava.

Nos olhos, se encontrava de volta a antiga paisagem.
Na mente, uma amnésia proposital.
Mas no ar sua marca ainda ardia latente.
Até o dia em que resolva voltar.

E esta é a história sobre quando eu comi demais na noite anterior e sofri com a diarreia severa do dia seguinte... é complicado, viu?!

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