terça-feira, 31 de agosto de 2010

Lembranças e Conclusões de P. - IV

           [...] Apesar de gostar da nova conhecida, Poly não tinha muitas esperanças de que voltassem a se falar de novo. Qual não foi sua surpresa ao se encontrarem na piscina na hora das brincadeiras e ouvir Sofia lhe chamando para seu grupo. Na brincadeira seguinte em que se dividiram em duplas, Sofia mais uma vez a chamou para perto. E durante o almoço, durante a tarde até a festa (e que festa!) e até o último dia do passeio, as duas brincaram, conversaram e se divertiram o tempo todo. Na hora da despedida se abraçaram e trocaram telefones.
           E Poly subiu no ônibus outra pessoa. Durante a viagem riu e se divertiu com as outras crianças como ha muito tempo não fazia (algumas até estranharam seu jeito engraçado). Ao chegar em casa, deixou a mãe maravilhada enquanto contava sobre o que tinha acontecido: a piscina enorme, as brincadeiras, as “tias” tão legais, a melhor festa de sua vida (na verdade a primeira) e a amiga da outra cidade que conhecera e com quem acabou se dando tão bem.
           - Olha só, quanta novidade! E será que enfim Deus lhe mandou o presente que tanto esperava?!
           Nessa hora a menina não entendeu o que a mãe quis dizer. Presente de Deus? Quando virou o rosto pro lado fazendo cara de quem parecia confuso a mãe lhe lembrou. Ha tanto tempo atrás (nem tanto assim) havia pedido a Deus, ou a Papai do Céu, que lhe desse um amigo, nem que fosse só um. “Será?” pensou consigo mesma. Olhou para a mãe sorrindo e com um beijo disse que iria para o quarto, estava bem cansada da viagem que, alias, foi uma maravilha. Antes de dormir Poly lembrou de agradecer a Deus pelo passeio por tudo que tinha passado durante aqueles dias. Terminou a oração exatamente assim: “Por favor, abençoe a Sofia Mesmo que não nos falemos mais, ela foi o que mais chegou perto de um amigo de verdade para mim. Obrigada por isso! Amém.”
           Mas a partir dali as coisas correram melhor que o imaginado. Poly já não era bem a mesma. Claro, simpática como sempre, mas agora era divertida, alegre de um jeito diferente, de uma forma que nem mesmo ela conseguia entender. De uma forma diferente começara a fazer amigos, mesmo sem perceber. Não que eles viessem aos montes, mas ela já conseguia reconhecê-los. Um rapazinho um pouco mais novo que ela (porém bem mais alto), que usava óculos e aparelho, e contava piadas que ninguém entendia mas que mesmo assim a faziam rir. Também uma garotinha ainda mais baixinha que Sofia, de cabelos loiros e lisos, como se divertia com ela. Tinha um jeito carinhoso e estava sempre querendo saber como Poly estava. E outro garoto de cabelo engraçado e divertido, que a fazia rir só de olhar.
           Quanto a Sofia as coisas não mudaram. A não ser para melhor. As duas se aproximaram cada vez mais até ficarem inseparáveis. E eram felizes, com certeza, com o fato de que sempre poderia contar uma com a outra. Poly assim cresceu feliz e sorridente mesmo durante os momentos complicados. Porque se chorava, alguém lhe ajudava a enxugar as lágrimas dos olhos. [...]

domingo, 29 de agosto de 2010

Lembranças e Conclusões de P. - III

           [...] Mas a música acabou, dando lugar para uma música lenta e estranha (os cantores deviam estar com dor de garganta quando resolveram gravá-la). Com um suspiro de chateação virou-se em direção a saída. Mas parou de repente, assustada. Não tinha se dado conta de que não estava sozinha. Deu de cara com uma menina baixinha de cabelos castanhos que parecia tão decepcionada quanto ela com o fim da música. “Nossa... pensei que alguém tivesse trazido o cd dessa banda pra cá. Pena que é apenas a rádio... já ia procurar o dono e pedir uma cópia!” disse a garota rindo de um jeito simpático diretamente para Poly.
           Por um momento várias coisas passaram por sua cabeça. Logo de primeira achou bonitinho e quase estranho o jeito como a garota era sorridente. Lembrava-se dela. Durante as brincadeiras na piscina todos queriam que fizesse parte da sua equipe. Parecia ser bem popular, e não era a toa, a menina parecia mesmo muito carismática. Mas como era estranho alguém que parecia tão popular está ali no salão vazio escutando aquele tipo de  música que só Poly naquele acampamento parecia gostar. Só então parou para observar como ela era. Baixinha de fato, mas com cabelos curtos muito bonitos. Usava um par de óculos que escondiam seus olhinhos apertadinhos e realçava o seu nariz tão redondinho. E estava sempre sorrindo. Poly riu ao perceber como a garota era fofa (tinha vontade de lhe apertar as bochechas).
          Quando enfim voltou á conversa percebeu que a menina ainda lhe olhava como se esperando alguma resposta. Pensou em dizer “Eu tenho todos os cd’s deles em casa!”, mas lhe veio em mente quantas vezes se decepcionara com a ideia pré estabelecida de que qualquer pessoa simpática daquele jeito seria com certeza uma grande amiga em potencial. E é claro que dessa vez não seria diferente, a menina já tinha vários amigos... pra que iria querer uma esquisitona como ela entre eles?
         “É, bem legal mesmo” foi o que respondeu. Desanimador, até demais. Ela própria não gostaria de receber uma resposta dessas. Mas a menina pareceu não sentir desanimo algum.
          - E você dança bem! Devia dançar assim na festa de amanhã!
          - Oh, não, absolutamente não.
          - E porque?! Acredite, um dia você pode acabar se arrependendo de não ter dançado em festas desse tipo. Até porque você dança muito bem, já disse!
          Poly não resistiu e começou a rir, cobrindo o sorriso com as mãos, envergonhada. Era tudo o que a garota queria. A partir daquele momento conversaram e conversaram a noite toda. Sobre música, igreja, livros, filmes... todos os assuntos que Poly mais gostava e entendia. Ao enfim deitar na sua cama, já sabia que a menina baixinha na verdade se chamava Sofia, que cantava muito bem, e que soltava piadinhas a cada 5 frases. De fato, não tinha como alguém não gostar dela. Mas o que ela mais gostou em toda conversa foi saber que Sofia nunca encontrara alguém que gostasse das mesmas coisas que as duas gostavam. Estranho, já que ela conhecia tanta gente... mas também não conseguia lembrar de alguém naquele lugar que gostasse. [...]

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Lembranças e Conclusões de P. - II

[...] Mas o tempo foi passando, e passando. E quando enfim seus olhinhos derramaram uma lágrima ela resolveu desistir. Procurou e viu que nada encontrava. Orou, mas Deus nunca respondia. Talvez não pudesse mesmo ter amigos. Olhou-se no espelho do banheiro e, enxugando a lágrima, parou e olhou um pouco para si mesma. Até que era uma menina simpática, apesar de ter uma carinha de boba. Seus olhos eram bonitos, seu nariz redondinho e sua boca, bem, era normal, mas de um belo sorriso. Mas uma coisa a garotinha tinha que reconhecer... Não tinha lá muita graça. Graça no sentido de ter alguma coisa para falar, para discutir. Não que fosse burra, tinha ótimas notas na escola. Mas quem, na sua idade, falaria de somas ou geografia?! Essa idéia só fez com que mais lágrimas escorressem de seus olhinhos.
Não demorou muito, resolveu lavar seu rostinho corado. Chorar não adiantaria muita coisa (incrível como se sentia madura as vezes). E assim os dias seguintes foram diferentes para ela. Já que não corria mais atrás de amigos, resolveu se interessar por outras coisas. Foi assim que a garotinha foi crescendo, mudando e aprendendo. E foi assim que ela descobriu várias coisas: que gostava de certos estilos musicais, que livros podem ser ainda mais fascinantes quando você os lê da forma correta, que quando se gosta de uma coisa – desenhar, por exemplo – ela pode se tornar sua melhor companhia. Um ano se passou e de fato Poly não encontrara ninguém. Por mais que tivesse resolvido desistir, sempre esperou por seu amigo. Mas isso já não fazia com que perdesse o sono.
Até que num belo dia de verão, um desses em que lhe vem na cabeça aquela vontade de estar diante de uma praia linda e com uma brisa refrescante, Poly foi convidada para um passeio com o pessoal da igreja. Apesar de ser sempre tão caseira, não pensou duas vezes ao saber que uma piscina enorme estaria a sua disposição por três dias. Pensando nisso, mal reparou nas outras atrações do passeio, entre elas o fato de que várias outras crianças de sua idade, de outras igrejas, também estariam lá aproveitando o passeio como ela. Subiu as escadas correndo até em casa, arrumou depressa a sua maletinha, e ao ouvir a buzina do ônibus e o barulho de um grupo de crianças a sua porta, deu um beijo nos pais e foi sorridente para onde estariam as tão desejadas piscinas cheias de possibilidades de diversão.
O passeio foi ótimo, pelo menos os momentos esperados por Poly foram. Sempre que as piscinas estavam liberadas para uso, as “tias” bolavam várias brincadeiras diferentes. Com bola, com bóias redondas ou em formato de macarrão, de pega-pega na água. Não havia quem não se divertisse em momentos assim. Mas quando a tarde caia e chegava a hora de sair da água, a menina pensava no que iria fazer. Nas horas de brincadeira não tinha com que se preocupar, afinal ninguém ligava pra quem estava do seu lado, desde que estivesse participando e rindo. Mas quando tudo acabava, cada criança ia para o seu canto e a menina se sentia sozinha.
Pensando nisso tinha trazido um dos seus livros prediletos, e isso a ocuparia por um bom tempo se não tivesse a incrível (e neste momento incomoda) habilidade de ler rápido demais. O livro, que nem era lá muito grosso, por melhor que fosse terminou em poucas horas. Assim que terminou o jantar já se sentia preocupada e sozinha. “Não devia ter vindo... grande coisa, uma piscina!”. Até chegou a se aproximar das meninas conhecidas, mas nunca tinha muito assunto, então acabava voltando para o seu canto desolada.
Então, esperando o tempo passar até a hora de ir dormir, Poly, que estava sentada num dos bancos de pedra numa pracinha perto do salão de festas, ouviu de longe uma música conhecida. De repente levantou num estalo. Era uma de suas músicas prediletas! Nem imaginava que pudesse tocar por ali (não era todo mundo que gostava daquele estilo de música). O som vinha do salão. Claro que não havia nenhuma festa, mas alguém resolveu deixar o rádio ligado como som ambiente. Não resistiu e foi correndo até lá. Como o salão parecia vazio, não teve vergonha de fechar os olhos e se bagunçar ao som da música. E como era bom fazer isso... começou a rir com os movimentos e por um momento esqueceu de onde estava. [...]

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lembranças e Conclusões de P. - I


___ Um par de olhinhos grandes e castanhos (agora estavam até um pouco vermelhos) começava a se encher de lágrimas. A pequena garotinha, de mais ou menos 9 anos, parecia perdida. Mas não estava longe dos pais ou coisa parecida. É o que às vezes acontece quando nos sentimos sozinhos, ou quando sentimos saudade de nem sabe-se do que. Bem, talvez você entenda conhecendo um pouquinho mais sobre ela.
       Se chamava Poly, não por apelido, era seu nome mesmo. Magrelinha e até alta se comparada com as outras crianças de sua idade, Poly tinha lindos cabelos negros e fartos, que se estendiam em cachinhos até a cintura. Era uma garotinha simpática de se olhar e de se conviver, mas quem a conhecesse mais um pouquinho (na verdade, quase ninguém) perceberia o quanto se sentia sozinha. Não que se afastasse dos outros, ou que não conhecesse ninguém, mas por mais agradável que tentasse ser nunca conseguira conquistar o que lhe ensinaram a chamar de amigo.
       Talvez fosse por causa do trabalho dos pais, que os obrigava a mudar sempre e sempre de cidade, e cada vez mais longe do destino anterior. Poly sempre pensou que nunca dava tempo de se fazer um amigo de verdade, afinal para essas coisas deve levar tempo. Pelo menos isso fazia com que conhecesse pessoas novas em diferentes lugares, mas ainda assim, por mais que se esforçasse, nada de amigos.
       E não pense você que ela não tentava de fato. Na verdade, cada vez que era apresentada a um novo alguém imaginava se seria aquele o seu amigo pra sempre, mas nunca dava muito certo. Claro que por onde passou conheceu pessoas maravilhosas, algumas até das quais gostava muito, tanto que jurava que seria eterno. Mas ela então descobria que a pessoa não sentia o mesmo carinho por ela, pelo menos nunca na mesma intensidade. Graças a Deus, Poly não era de desanimar fácil... Mas as vezes parecia cansada. Pode parecer que para uma menininha tão novinha não pudesse existir dificuldade nenhuma, mas Poly sentia tanta falta, mas tanta falta de algum amigo de verdade que pensava nisso a todo instante – fosse a caminho da escola, ou durante os cultos na igreja, até mesmo nos seus sonhos – e estava determinada a encontrá-lo.
       Procurou por amigas e amigos, de sua classe na escola e na vizinhança, procurou entre os mais novos e entre os mais velhos, entre os mais velhinhos ainda, pelos seus parentes e até entre desconhecidos. Procurou por todos os cantos possíveis e... Nada! Sua mãe até já andava preocupada com essa ansiedade toda. Tinha medo que se envolvesse com amigos que não devia. Mas Poly conseguia ser sensata, até porque morria de medo de certos tipos de pessoa (aqueles sim, nunca seriam meus amigos, pensava). Fora nesses casos, todas as opções foram assistidas, todas, e sem nenhum sucesso. Claro que conseguiu conhecer ótimas pessoas, algumas de fato adoráveis, mas elas não se mostravam amigas. Pelo menos não da forma que Poly esperava que deveriam se mostrar. 
      Mas se pensa que foi assim que desistiu está enganado... Poly resolveu fechar os olhinhos e pedir a Papai do Céu. Sempre funcionava quando estava em algum sufoco e seus pais sempre lhe ensinaram a acreditar nele. Ouvira as histórias sobre Ele. Era grande e poderoso. Fez um marzão (vermelho?) se abrir em dois e depois se fechar. Fez um menininho como ela derrubar um gigantão (seu pai lhe garantiu que era duas vezes maior que ele, e o pai de Poly era enorme). Conseguir um amigo só não lhe seria difícil. Orou, e esperou... Sabia que seria atendida. [...]





OBS.: Estou lendo C.S.Lewis (para crianças) e ele de fato me inspira. Alias, é por culpa de que ando trocando as madrugadas na net pelas madrugadas de leitura. Quando enfim resolvi voltar ao computador não tinha muito o que fazer (na verdade, Ray e Ênedy não estavam online kkkk') e pensei em continuar usando o teclado pra alguma coisa.
         De fato não sou escritora (nem pra mim o texto tá tão bom) e a história não é criativa. Mas quem sabe lembra que o que eu espero desse blog é que ele seja minha caixinha de lembranças. Não que essa seja uma auto-biografia (só um pouquinho), mas eu quero voltar a lê-la em breve, ou quando por acaso esquecer que a fiz um dia. E não vou mentir. Inclui na história personagens no mínimo especiais. Minha esperança é que os que me inspiraram leiam e se reconheçam.
        Vou dividir a historia em algumas postagens, mesmo já estando completa. Só pra não ficar cansativo e talvez, quem sabe, gerar alguma curiosidade pra quem ocasionalmente venha a ler. Espero se interessem.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Muse - Uprising



Eu nem vou colocar a tradução...
o que eu gosto mesmo é desse clipe (da musica, da banda...)!

P.S.: a tradução é ótima, mas deixa pra depois.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Post Flash - Shiii....

"Que o convite do silêncio exibe em cada olhar..."

Desde o começo de tudo o homem cria mecanismos e linguagens para se expressar seja lá de que forma for...
A fala, a escrita e tantos idiomas diferentes,
Ou os números que explicam o que as palavras não conseguem com exatidão.
Se fazer ouvir tem sido uma necessidade básica pra quem quer que seja, isso é fato.

Mas as vezes você percebe que as coisas mais bonitas não precisam de palavras ou explicações.
As vezes apenas o silencio, aquele faz parte desde sempre, deixa claro o que é necessário entender.
O silêncio toma conta quando as palavras não são o suficiente, ou quando falar não adianta.
O silêncio te faz olhar pra dentro, dá lugar ao olhar... a janela da alma.
O amor sempre se revela no silencio...
Deus se revela no silênico (por mais que hoje isso não tenha sentido para alguns).

Por isso, cala a boca.
Pode ser melhor prestar atenção na riqueza do nada.

P.S.: Ouvindo "Pra Você Guardei o Amor" toda vez que o celular toca... e eu demoro tanto pra atender.

domingo, 8 de agosto de 2010

Pelo pai que o meu Pai me deu

Desde que nasci descobri amores maravilhosos...
dentre eles um dos mais importantes: o amor pelo meu pai.

E desse amor tantos outros vieram..
Amando o meu pai, aprendi a amar a igreja.
Amando o meu pai aprendi a amar a minha denominação (mais Congregacional que ele, talvez só eu! kkk)
Amando o meu pai, aprendi a amar as minhas origens (Minas, nossa terra)
Amando o meu pai aprendi a amar os detalhes do que me cerca.
Amando o meu pai aprendi a amar a Palavra de Deus
Amando o meu pai aprendi a amar o Deus que me ama desde antes de eu pensar em existir.
Amando o meu pai descobri tantas coisas!
Coisas que só ele podia me ensinar...

Não, não vou dizer que ele é o melhor pai do mundo... até porque todo filho diz isso.
Posso ser mais realista.
O Melhor Pai do Mundo me deu o pai perfeito (mesmo com todos os seus defeitos)!
E eu O louvo e agredeço por ter me dado a honra de poder chamá-lo assim... o meu pai!

sábado, 7 de agosto de 2010

Post Flash - Pupila

"Me olha nos olhos... 
talvez assim você compreenda, além do que pensa entender.
Janela da alma, tente me conhecer
Eu posso ser muito mais do que você imagina,
sendo bom ou ruim assumo as consequencias.
Mas é real, é puro... é seu.
O que não se pode expressar em palavras
O que só é legível ao coração.
É tudo o que eu tenho,
o que de outra forma nunca serei capaz de revelar.
O que sinto, e formo...


dentro do meu olhar."
Autor Recusa a se Revelar

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Coisas de Luna...

“A garota ao lado da janela ergueu os olhos. Tinha cabelos louros, sujos e mal cortados, até a cintura, sobrancelhas muito claras e olhos saltados, que lhe davam um ar de permanente surpresa. Harry entendeu na hora por que Neville preferira procurar outra cabine. A garota emanava uma aura de nítida birutice. Talvez fosse porque guardara a varinha atrás da orelha esquerda, por medida de segurança, ou porque tivesse decidido usar um colar de rolhas de cerveja amanteigada, ou ainda porque estivesse lendo a revista de cabeça para baixo.” (OdF10)

Estive pensando tanto na Luna esses dias...
Além de maluquinha, leal, amiga, inteligente (tanto que é convina :D) e sincera era plenamente convicta de suas verdades, gostassem disso ou não. Eram raros os que gostavam dela a primeira vista, mas ainda mais raros os que não acabavam se encantando no fim das contas (sejam personagens dos livros ou leitores como eu).
Seus amigos eram o seu maior tesouro e os apoiava incondicionalmente, não tinha medo de mostrar pra quem quisesse ver no que acreditava que era real, sabia pensar na hora certa e não se deixava abater pelas dificuldades. 
Acho que Tia JK quando a criou queria fazer dela a "luz de confiança" para Harry e seus amigos.
Pode parecer discurso de fã da Saga, mas analizar personagens como ela nos faz parar para repensar também um pouquinho sobre quem somos... e eu vejo tantos pontos em comum entre mim e a Luna (não todos, infelizmente). 
E se quer saber, quero me parecer cada vez mais...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Post Flash - Conclusão

Eu não sei devo choro.
Não sei se posso sorrir.
Nem se devo ficar parada
Ou se devo correr.
Talvez esperar...
Ou ir atrás agora.
Não sei se fujo antes
Nem se encaro de frente.
Não sei qual opção escolho
Também não sei se as opções servem.
E se nem opções eu tiver?!
Não tenho certeza de que consigo
Mas se conseguir, o quê que eu faço?

Dúvidas...
e uma certeza: agora eu entendo o que tanto diziam sobre a adolescencia.

domingo, 1 de agosto de 2010

Felicidade x Tristeza


Sim, elas tem algo em comum... Felicidade e Tristeza são enormes.
A situação determina o quanto, mas sempre são muito grandes...
Grandes o suficiente pra não caber dentro da gente.
Quando se está feliz, a Felicidade cresce a ponto de transparecer pra quem quer que se aproxime.
Ela irradia, é transmitida através do olhar, sai pelos poros.
A Felicidade é grande mas é leve, gostosa. É quase capaz de nos fazer voar.
E voamos, porque ela traz uma liberdade única, uma sensação de plenitude que só ela é capaz de dar.
Compreensível... a Felicidade é fruto de coisas maravilhosas... dentre elas a maior, o Amor.
E isso explica tudo.

Mas a Tristeza também. Ela é grande, encorpada e incrivelmente consistente.
Também não cabe dentro da gente, mas ela não se espalha. É pesada, sufocante.
Transparece, mas de forma deprimente. Se transmite através das palavras, das ações que saem como flechas cortantes seja lá para que lado apontem. Se encontra no olhar... quando formam-se lágrimas neles.
A sensação é traumática, dolorosa e até mesmo inesquecível.
Mas é também explicável... a culpa também é do Amor, ou da falta dele.

Se os ambas se encontrassem bem provavelmente a Tristeza se sentisse vencedora.
Por que a Felicidade é como gás, sua leveza pode fazer com se espalhe e se perca.
Tristeza é persistente. Se mantem firme mesmo quando não é desejada.

Mas nem a Tristeza pode impedir a chegada da Felicidade.
Ela chega, de leve, discreta. E quando se sente o que ela pode trazer, toda Tristeza é obrigada a ficar pra trás. Pois quem é triste e experimenta a alegria não quer voltar a ser triste outra vez.
Talvez porque seja o Amor o dom supremo. De forma inexplicável ele muda tudo.

E é sempre essa a Esperança.
Que o Felicidade, a Paz e o Amor cheguem trazendo o sentido. Sentido que só Ele pode dar.


(porque Deus é Amor...)