___ Um par de olhinhos grandes e castanhos (agora estavam até um pouco vermelhos) começava a se encher de lágrimas. A pequena garotinha, de mais ou menos 9 anos, parecia perdida. Mas não estava longe dos pais ou coisa parecida. É o que às vezes acontece quando nos sentimos sozinhos, ou quando sentimos saudade de nem sabe-se do que. Bem, talvez você entenda conhecendo um pouquinho mais sobre ela.
Se chamava Poly, não por apelido, era seu nome mesmo. Magrelinha e até alta se comparada com as outras crianças de sua idade, Poly tinha lindos cabelos negros e fartos, que se estendiam em cachinhos até a cintura. Era uma garotinha simpática de se olhar e de se conviver, mas quem a conhecesse mais um pouquinho (na verdade, quase ninguém) perceberia o quanto se sentia sozinha. Não que se afastasse dos outros, ou que não conhecesse ninguém, mas por mais agradável que tentasse ser nunca conseguira conquistar o que lhe ensinaram a chamar de amigo.
Talvez fosse por causa do trabalho dos pais, que os obrigava a mudar sempre e sempre de cidade, e cada vez mais longe do destino anterior. Poly sempre pensou que nunca dava tempo de se fazer um amigo de verdade, afinal para essas coisas deve levar tempo. Pelo menos isso fazia com que conhecesse pessoas novas em diferentes lugares, mas ainda assim, por mais que se esforçasse, nada de amigos.
E não pense você que ela não tentava de fato. Na verdade, cada vez que era apresentada a um novo alguém imaginava se seria aquele o seu amigo pra sempre, mas nunca dava muito certo. Claro que por onde passou conheceu pessoas maravilhosas, algumas até das quais gostava muito, tanto que jurava que seria eterno. Mas ela então descobria que a pessoa não sentia o mesmo carinho por ela, pelo menos nunca na mesma intensidade. Graças a Deus, Poly não era de desanimar fácil... Mas as vezes parecia cansada. Pode parecer que para uma menininha tão novinha não pudesse existir dificuldade nenhuma, mas Poly sentia tanta falta, mas tanta falta de algum amigo de verdade que pensava nisso a todo instante – fosse a caminho da escola, ou durante os cultos na igreja, até mesmo nos seus sonhos – e estava determinada a encontrá-lo.
Procurou por amigas e amigos, de sua classe na escola e na vizinhança, procurou entre os mais novos e entre os mais velhos, entre os mais velhinhos ainda, pelos seus parentes e até entre desconhecidos. Procurou por todos os cantos possíveis e... Nada! Sua mãe até já andava preocupada com essa ansiedade toda. Tinha medo que se envolvesse com amigos que não devia. Mas Poly conseguia ser sensata, até porque morria de medo de certos tipos de pessoa (aqueles sim, nunca seriam meus amigos, pensava). Fora nesses casos, todas as opções foram assistidas, todas, e sem nenhum sucesso. Claro que conseguiu conhecer ótimas pessoas, algumas de fato adoráveis, mas elas não se mostravam amigas. Pelo menos não da forma que Poly esperava que deveriam se mostrar.
Mas se pensa que foi assim que desistiu está enganado... Poly resolveu fechar os olhinhos e pedir a Papai do Céu. Sempre funcionava quando estava em algum sufoco e seus pais sempre lhe ensinaram a acreditar nele. Ouvira as histórias sobre Ele. Era grande e poderoso. Fez um marzão (vermelho?) se abrir em dois e depois se fechar. Fez um menininho como ela derrubar um gigantão (seu pai lhe garantiu que era duas vezes maior que ele, e o pai de Poly era enorme). Conseguir um amigo só não lhe seria difícil. Orou, e esperou... Sabia que seria atendida. [...]
OBS.: Estou lendo C.S.Lewis (para crianças) e ele de fato me inspira. Alias, é por culpa de que ando trocando as madrugadas na net pelas madrugadas de leitura. Quando enfim resolvi voltar ao computador não tinha muito o que fazer (na verdade, Ray e Ênedy não estavam online kkkk') e pensei em continuar usando o teclado pra alguma coisa.
De fato não sou escritora (nem pra mim o texto tá tão bom) e a história não é criativa. Mas quem sabe lembra que o que eu espero desse blog é que ele seja minha caixinha de lembranças. Não que essa seja uma auto-biografia (só um pouquinho), mas eu quero voltar a lê-la em breve, ou quando por acaso esquecer que a fiz um dia. E não vou mentir. Inclui na história personagens no mínimo especiais. Minha esperança é que os que me inspiraram leiam e se reconheçam.
Vou dividir a historia em algumas postagens, mesmo já estando completa. Só pra não ficar cansativo e talvez, quem sabe, gerar alguma curiosidade pra quem ocasionalmente venha a ler. Espero se interessem.
4 comentários:
Ainn, já amei! Me identifiquei MUITO com Poly! *--*
kkkkkk' o melhor, Dinho, é que pessoas da nossa classe sempre acabam se identificando com ela...
Ameii Tambem... Poly... era uma coisa viu, eu tambem fiquei um tempos em amigos KAOSKAPOSKPAOSKOAPS mas era em outras circunstancias! ♥
Viixxe, q chique "da nossa classe".. kkkkkkkkkk
+ eh fato..
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