As coisas andavam tão confusas. Claro que em outros casos haveria o conforto de pensar que qualquer um podia passar por um momento assim, mas absolutamente não tinha como se consolar desse jeito agora. Nunca pensou que por um instante quisesse ter problemas normais – do tipo “que espinha enorme!” ou “minha mãe não quer comprar o vestido perfeito que escolhi para o baile”. Isso parecia um sonho tão distante.
Um detalhe. O elixir da salvação que se transformou em maldição eterna. Porque tinha que acontecer justamente com ela?! Nunca foi muito boa em resolver questões pessoais, mesmo sendo capaz de produzir com perfeição milimétrica um evento para mais de 2 mil pessoas. Torturante mesmo era o que se passava em sua mente. Não conseguia parar de ver e rever o filme de terror que sua vida se transformara. Agora as lembranças, que por tanto tempo ficaram obrigatoriamente escondidas, se revelaram com toda a intensidade. Era horrível ver como ela havia conseguido ser ainda mais boba do que imaginava. Que situação ridícula. Tudo sempre esteve lá, diante dela, mas ela nunca passou de uma bonequinha manipulada nas mãos de quem tivesse o mínimo de poder para isso.
Se pelo menos essa situação melhorasse alguma coisa. Por alguns segundos procurou no espelho a imagem que os livros retratavam. Tolice. De onde aquela mulher tirou que eles tinham uma beleza fora do normal? A única coisa fora do normal é que ela parecia continuar a mesma, mesmo agora sendo uma aberração. E olhe só como estava pálida! Nunca mais poderia sequer ir a praia ou ao clube... e com certeza não era com medo de parecer um pote de purpurina. Estava presa. Nunca mais poderia ir à escola, ou ao Grill. Nunca mais poderia ter contato com alguém sem ter vontade de... Meu Deus, a forma como se transformava, o seu rosto, aquele desejo... e Matt?! Sua cabeça borbulhava em pensamentos que a faziam chorar. Se antes não tinha noção do que fazer com a própria vida, o que fazer agora que estava tecnicamente morta? Era tudo tão estranho.
E aquele recado. Não era capaz de esquecer daquele rosto. Era Elena, claro que era, mas ao mesmo tempo era impossível. Aquela mulher a matou. E fez isso por capricho, para ameaçar os Salvatore. Mas afinal o que eles tinham a ver com isso? Claro que agora sabia o que Damon era, alias tudo o que havia feito com ela. Cretino. Mas o que ele e Stefan tinham a ver com isso? E porque aquela mulher se parecia tanto com Elena? Porque não era Elena... mesmo que fosse uma ótima idéia ela começar a deixar de lado aquele cabelo liso sem graça. Elena nunca seria capaz de agir daquele jeito, tão fria e maldosa.
Ainda estava cedo. O festival já havia começado, sem ela. Mas nada a impediria de ir até lá encontrar as respostas. Agora ia além dos seus egoísmos e inseguranças. O jogo havia começado...
OBS: Provavelmente só vai entender esse texto quem assistiu pelo menos a 2ª temporada de TVD. Isso porque o texto foi inspirado na Caroline, a partir do momento em que ela se tornou um dos meus personagens prediletos! E olha que coisa mais linda esse gif dela ai em cima! *-* Sim, eu tentei jogar rpg descrever alguma coisa que estivesse passando na cabecinha dela exatamente nesse momento!