quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Lembranças e Conclusões de P. - V

            Anos mais tarde, quando Poly já era mulher feita e de vida corrida, sempre que tinha chance lembrava da época em que foi mais feliz. Pensava em como sua felicidade naquele momento também era reflexo de como foi feliz com seus amigos. Talvez só ai, quando já teve maturidade para entender, que Poly percebeu como as coisas aconteceram do jeito certo. Talvez não valorizasse tanto os amigos que teve se não quisesse tanto tê-los antes de tudo. E só então entendeu.
            Quando pensou em desistir de procurar, quando achava que estava difícil demais, Poly pediu a Deus que Ele fizesse isso para ela. Mas demorou tanto que chegou a se esquecer de acreditar que aconteceria. Passou por momentos solitários e sem esperança, mas onde descobriu e aprendeu muitas coisas. Por mais que não entendesse naquele momento, foram esses momentos aparentemente tristes que a preparam para receber ainda melhor os amigos que chegou a ter. Amigos que duraram toda a vida.
            Ao perceber isso, mais uma vez, uma lágrima escorreu de seus olhos. Já não eram os olhos de uma menininha, mas agora de uma mulher feliz. Não mais lágrimas de lamento, mas de gratidão. Poly não tinha a vida perfeita, pelo menos não nos padrões estabelecidos para o que chamavam de perfeição, mas tinha o tesouro que desejou tanto quando criança: ainda tinha seus amigos. Mais uma vez, fechou os olhos e orou. Uma oração simples como a de tantos anos atrás, mas agora com expressões de alegria e gratidão.

            E não se pode dar fim a uma história que não acabou. Mas pode-se concluir o que fica nesse momento: seja lá quais tenham sido as demais experiências de Poly, seja lá qual importância ela deu a cada uma elas. Ela tem a certeza de que quando suas expectativas são colocadas nas mãos de Quem consegue colocá-las no lugar certo, está (entenda ela ou não) tudo certo.

OBS: Eu disse que não era das melhores... mas se quer saber foi a primeira que escrevi na vida (minha mãe se acabou de chorar quando leu, e não me pergunte o porque!). Mas deve falar alguma verdade.

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