terça-feira, 27 de março de 2012

Post Flash - Vai passar.




"Uma história conta sobre um jovem rei inconstante. Diante das vitórias ficava alegre em extremo e até desprezava os demais. Porém, como é comum, logo apareciam as dificuldades e as derrotas, que o deixavam arrasado. Sua vida era cheia de altos e baixos. Não podendo mais continuar assim, chamou seus conselheiros e deu-lhes  uma tarefa. Pediu que trabalhassem  em busca de uma frase para escrever em sua coroa lembrando-lhe que não deveria se exaltar nas vitórias nem se desesperar nas derrotas, pois desejava ser mais sensato e moderado. Trabalharam muito, mas não conseguiram  atender ao pedido até que alguém se lembrou de um ancião, dos ex-conselheiros do pai do rei, e foi buscá-lo. Este, com sua experiencia dos muitos anos, declarou ao rei: A frase que o senhor procura é simples, são apenas duas palavras. Coloque-as em sua coroa, mas grave-as também em seu coração. Escreva apenas: Vai passar!"

Extraido do "Pão Diário" (Autor Desconhecido)

segunda-feira, 26 de março de 2012

Dá!



"Santo Deus... o Snoop me entende!"
kkkkkkkkk'

domingo, 25 de março de 2012

Eu não sei na verdade quem eu sou.

Era só uma garota até pouco tempo atrás... e continua sendo.
Uma garotinha que não tem exata noção do que vê pela frente.
Pequena que se acha grande, convencida de uma esperteza que sabe que não tem.
Mente pra si mesma.
Mas ela sonha, e faz dos sonhos uma realidade - seja isso um fato ou não.
E de repente, ela se envolve com coisas que nem conhece. Coisas que não entende, que sequer percebe.
De repente não se vê mais como antes.
As coisas começam a mudar, mesmo que aos poucos.
Convicções se derrubam.
Prioridades parecem perder o posto.
Os sentimentos afloram e se confundem.

Ela... ela não tem certeza se consegue ser feliz sendo um novo alguém.
Apesar das certezas desfeitas, novas certezas não são mais tão fáceis de serem construídas...

Confusão. Choro. Riso. Riso.
Dor.

E agora?

sábado, 24 de março de 2012

O Verbo no Infinito


Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer de tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...

Vinícius de Moraes

sexta-feira, 23 de março de 2012

Como dizia o poeta...


"Como dizia o poeta 
Quem já passou por essa vida e não viveu 
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu 
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu 
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não 
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão 
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir 
Eu francamente já não quero nem saber 
De quem não vai porque tem medo de sofrer 
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão 
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não"


Vinícius de Morais


OBS: AI AI, Vinicius... ai ai.

Lições Sonoras - Certas Coisas (Lulu Santos)




Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

OBS: Marjorie Estiano é muito, muito, muito linda. Só isso. E a música? Noss...

quinta-feira, 22 de março de 2012

É pra ouvir... I Will Always Love You (Whitney Houston)



"I hope life treats you kind 
 And I hope you'll have
 All you've dreamed of 
 And I wished you joy 
 And happiness 
 But above all this... I wish you love" 

 ♪♫



OBS: Não é tipo homenagem póstuma, nem nada... é só que, tipo, é muito lindo! 

quarta-feira, 21 de março de 2012

"Eu Te Amo"


- 1. Frase que, quando dita com seriedade, indica a predisposição do locutor a viver o resto de seus dias dedicando-se a chatear, perturbar, alegrar e animar a vida daquele a que a frase se refere. 2. Sempre desperta sorrisos e bons momentos para quem a ouve com sinceridade.

Aplicação: "- Você tem noção do quanto é insuportável?
                  - Deve ser porque te amo."




OBS: É, tag nova.

terça-feira, 20 de março de 2012

Lições Sonoras - Paciência (Lenine)



Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

A vida não pára!...
A vida é tão rara!...

OBS: Acho que não preciso explicar porque é uma das Lições Sonoras... muito bom, muito certo.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Outra História [2]



[Continuação] 

Ela era uma caloura, absolutamente ansiosa. Mal sabia como havia passado no vestibular e não tinha a mínima ideia se aquele curso era o que realmente queria - mas estava ali. Por pressão dos pais, familiares, amigos ou do universo, quem quer que fosse, enfim estava ali. Carregava o caderno na mão com pouca convicção, enquanto observava todos os outros que passavam sem nota-la. Deu um suspiro aliviado e seguiu em frente. Não ser notada era justamente o que precisava. Ao encontrar sua sala, sentou-se numa das primeiras carteiras e aguardou. Os colegas, o professor, o inicio da primeira aula, o fim. Tudo tão rápido e tão demorado. No meio tempo entre isso tudo, sorriu, conversou com algumas pessoas próximas e sorriu mais uma vez. Enquanto ia para casa pensou que não seria tão diferente assim. Seguiu.
No dia seguinte se permitiu passar uns minutos na cantina. Era um bom lugar aquele, numa uma boa faculdade e ainda tinha boas previsões para o futuro (aquelas absolutamente incertas, mas que acontecem dentro da gente). De repente, olhou para o lado e notou que alguém a olhava. Poderia haver momento mais tenso que aquele? Ok, talvez ele não se aproximasse. Engraçado, mas não sentia medo. Só não queria ter que dispensar um cara. E como isso acontecia com mais frequência atualmente. Alguns anos atrás, no ensino médio, não atrairia olhares dos rapazes da escola a menos que resolvesse aderir à moda da melancia na cabeça. Talvez tivesse se acostumado a isso, não se sabe. Sabe-se apenas que com os anos passou a receber mais cantadas e a chamar mais atenção dos outros. Não que ela tivesse se esforçado em mudar alguma coisa. Mas enfim, aconteceu.
O rapaz se levantou e seguiu em direção a ela, como temia. Começou a ficar nervosa. Ele era bonito, ok, mas era apenas seu segundo dia de aula. Não houve tempo nem para uma habituação ao espaço, ou alguma coisa do tipo. Ela coçou a cabeça nervosamente e se virou de lado. Ele continuou vindo até que... passou direto. Parou para conversar com outra garota encostada no balcão. “Ótimo!” pensou. Levantou-se e tratou de ir o mais rapidamente possível para sala. Ainda não era boa ideia circular por ai sozinha.
Ao fim das aulas do segundo dia Teresa já tinha feito maiores avanços nos relacionamentos com seus colegas e durante o resto da semana conseguiu chegar ao ponto de ter com quem inspecionar o espaço. Mal se lembrava do garoto da cantina (então por que essa questão de ressaltar o fato?) e estava começando a ficar contente com o curso que as coisas estavam tomando. Melhor do que o esperado, satisfatoriamente. 
Então, na terceira ou quarta semana – ninguém se lembra ao certo – enquanto lia um livro que fora solicitado na aula da semana anterior, sentada num dos bancos espalhados pelo pátio, um rapaz se aproximou e sentou-se ao lado sem falar nada. Teresa olhou rapidamente enquanto dizia “boa noite” quase que por reflexo. 
- Oi, boa noite! - respondeu ele. Ele, o cara da cantina - Caloura da turma no terceiro corredor, certo?
Ela demorou um pouco para responder, mas sorriu (por educação) 
- Acho que sim...
- Prazer, Elton! – e estendeu a mão.
- Ah, meu nome... Teresa – era estranho conversar com aquele cara, mas apertou a mão dele educadamente. Sempre por educação.
- Tenho te visto por esses dias... Não, não ache estranho. Conheço boa parte dessa faculdade. E olhe que não tenho nem um ano de casa!
“Isso é uma piada?” pensou Teresa. Ela riu, de qualquer forma.
- Bom, não saio muito da sala, eu acho.
- É, coisas de calouro! Isso acaba mudando com o tempo... mas o que faz aqui sozinha?
“Não é possível que ele não tenha visto o livro...” pensou novamente. Ah, se o cara soubesse as ótimas respostas que ela tinha em mente para acabar logo com aquilo.
- Estudando – então resolveu ser um pouco mais sincera, por educação talvez - Ou tentando. As terminologias ainda são difíceis, mas acho que estou conseguindo aos poucos.
- Hum... – disse Elton enquanto analisava a capa do livro – É um bom autor, mas acho que você iria preferir um outro que usei no começo do curso... é mais prático. Afinal, é só o começo, ainda dá pra deixar a parte chata para depois.
- Obrigada, mas foi referencia do professor e...
- Você vai aprender a não ouvir tanto os professores – interrompeu enquanto procurava alguma coisa na mochila – Achei! Com licença.
Pegou uma caneta e anotou no caderno de Teresa nome e autor do livro que tinha dito antes – Tem na biblioteca, pode conferir. Então sorriu ("hum, sorriso bonito...") como que se despedindo sem muitas palavras, levantou-se e saiu acenando com uma das mãos.
- Ah, ok... – definitivamente ele não era normal.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Post Flash - "O tempo... me dá a chance..."

Gosto das coisas que o tempo construiu na minha vida...
Aliás, se tem uma coisa que aprendi é que é preciso paciencia para manter a solidez.

É estranho como as coisas hoje em dia acontecem rápido demais, se intensificam rápido demais e acabam mais rápido ainda. No fim é como se nunca tivessem acontecido.
E lá vale a pena alguma coisa assim?
Viver de momentos passageiros, aproveitando o agora e não deixando nada pra depois?
Não, não consigo entender...

De qualquer forma o "freio" sempre foi minha ferramenta predileta.
Graças a ele vivi momentos inesqueciveis, sentimentos intensos e fiz amizades maravilhosas.

Ok, não é exatamente fácil essa coisa de esperar.
Mas se o próprio tempo testifica ao seu favor, quem sou eu para discordar?
Deixa o tempo passar; eu vou desfrutar as qualidades da espera, mais cedo ou mais tarde.




quinta-feira, 15 de março de 2012

Lições Sonoras - Dream On (Aerosmith)



 Eu sei que ninguém sabe
De onde vem e para onde vai.
Eu sei que é o pecado de todo mundo
É preciso perder para saber vencer.

Metade da minha vida está escrita em páginas de livros.
Vivi e aprendi dos tolos e dos sábios.
Você sabe que é verdade,
Todas as coisas que você faz
Voltam para você.

Cante comigo
Cante pelos anos
Cante pelo riso e cante pelas lágrimas,
Cante comigo
Se for apenas por hoje,
Talvez amanhã o bom senhor a levará.

Sonhe
Sonhe até que seu sonho se realize.

OBS: Clássicos, clássicos... eles são loucos, mas... MelDeus, que som é esse?!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Lições Sonoras - Wonderwall (Oasis)




 
 
Hoje será o dia
Que eles vão jogar tudo de volta em você
Por enquanto você já deveria, de algum modo,
Ter percebido o que deve fazer
Não acredito que ninguém
Sinta o mesmo que eu sinto por você agora

Andam dizendo por aí
Que o fogo no seu coração apagou
Tenho certeza que você já ouviu tudo isso antes
Mas você nunca tinha uma dúvida
Não acredito que ninguém
Sinta o mesmo que eu sinto por você agora

E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas
E todas as luzes que nos levam até lá nos cegam
Existem muitas coisas que eu gostaria de te dizer
Mas não sei como
Porque talvez
Você vai ser aquela que me salva
E no final de tudo
Você é minha protetora

Eu disse talvez
Você vai ser aquela que me salvará

OBS: Porque eu acho a coisa mais linda. E porque lição sonora? Porque é assim que eu quero ser tratada, então deve ser assim que qualquer outra garota gostaria de ser reconhecida também. :)

terça-feira, 13 de março de 2012

Post Flash - É bem assim.


Não importa o que eu diga.
O coração é sempre meu.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Novamente, as palavras.


Confesso. Elas mexem comigo. Um jogo de palavras bem colocadas, e acabo me rendendo.
Pelo menos não me uso delas para deixar isso claro. Alias, muito pelo contrário.
Elas também tem o poder de desaparecer por completo da minha mente, exatamente quando mais preciso. E eu fico sem ter o que dizer - muito menos fazer - e ai sim, me exponho sem querer.

Já percebi. Saber dominá-las é um dom capaz de dar poder a quem o possui.
Tenho, ao mesmo tempo, medo e admiração por quem consegue ser assim.
Assim como poderia fazer o que bem entendesse com.. comigo.
Talvez seja mesmo mais medo que admiração.
Então eu me fecho. Se sou atingida, escondo. Para evitar decepções e sofrimento, é melhor que seja desse jeito.
Mas reprimir também dói.

Vai entender...

domingo, 11 de março de 2012

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
 O humano coração com mais verdade...
 Amo-te como amigo e como amante
 Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
 E te amo além, presente na saudade
 Amo-te, enfim, com grande liberdade
 Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
 De um amor sem mistério e sem virtude
 Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
 É que um dia em teu corpo de repente
 Hei de morrer de amar mais do que pude.

Viníncius de Moraes

OBS: É muito amor... pelos sonetos de Vinicíus. kkkk'

sábado, 10 de março de 2012

Filosofia do Chuveiro

Estou tentando adotar uma nova filosofia, extraida de um desses seriados que eu não assisto, mas sinto que ia gostar bastante se assistisse:

"Você tem que aprender a ser como um chuveiro velho: não ligue e se ligar, não esquente."


Bom, muito bom. :)

sexta-feira, 9 de março de 2012

Eu...





"Eu te amo.
Mesmo negando.
Mesmo deixando você ir.
Mesmo não te pedindo pra ficar.
Mesmo não olhando mais nos teus olhos.
Mesmo não ouvindo a tua voz.

Mesmo não fazendo mais parte dos teus dias.
Mesmo estando longe, eu te amo.
E amo mesmo.
Mesmo não sabendo amar."



Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 8 de março de 2012

quarta-feira, 7 de março de 2012

Luna.

                A verdade é que quanto mais eu tento crescer, evoluir, amadurecer (chame do que quiser), mais eu me deparo com aquela menininha boba e ingênua de anos atrás. E olhe que fiz quase tudo (dentro dos meus limites próprios) para tentar desfazer essa imagem de mim mesma. Mas eu simplesmente não consigo! Nos últimos feed backs que fizeram de mim, tive a impressão de que continuavam falando daquela mesma garota. Apesar dos meus esforços, e de tudo que pensei ter mudado, eu continuei sendo eu.
                Olhando as fotos antigas, me lembrei de como era tudo antes. Silenciosa, meio sem assunto, tinha poucas palavras na boca, mas um mundo de ideias na cabeça. Sempre tive amigos imaginários, talvez por que com eles as coisas aconteciam. Me achava divertida sozinha. Pensando bem eu podia parecer um pouquinho estranha. Comia quieta, pelas beiradas, mas era ótima para inventar histórias. É, ainda sou. Em algumas delas até eu mesma acredito. De repente ainda confundo realidade de fantasia e isso explicaria algumas coisas.
                Hoje... bem, ainda me acham esquisita. Mas pela primeira vez acho que começaram a me achar bonita também, o que minimiza as coisas (e para ser bem sincera complica também). Ainda pouco sociável, aprendi a sorrir, pelo menos. Aos conhecidos sou bem simpática, até que percebam o quanto posso acabar sendo estranha. Sempre acaba assim. Fiquei bem menos criativa, confesso, mas ainda confundo as coisas (e isso é péssimo quando você passa a lidar com situações como a TPM). Aderi à filosofia da espontaneidade, falo e faço sempre o que tenho vontade, mas ainda assim tomo cuidado de fazer somente o que é bom pra mim. E isso contribui para que me achem mais esquisita ainda.
                Mas meu maior avanço foram eles, meus amigos. Porque me conhecem e – o melhor de tudo – me aceitam assim mesmo. Parece meio clichê, mas foi realmente uma conquista. Só Deus sabe o quanto custou acha-los. Eles abriram uma portinha nova... acho que acabo descarregando a parte mais maluca neles, então sobra pouco para que os outros se escandalizem. O que seria de mim...
Sem o amor. É o que vem me movimentando, me transformando, dando sentido. Em tudo. Sim, Deus é amor. Posso ver por todos os lados, nem tem como escapar. Amor ao que faço, ao lugar onde estou, aos que me cercam... Obrigada, Senhor.

Tem sido bom, de qualquer forma. :)




OBS: Encontre a Luna nesse texto.

terça-feira, 6 de março de 2012

Outra história.


           Ela não esperaria a última aula. Precisava falar com ele agora. Saiu da sua sala apressada, o coração batendo forte, como se precisasse colocar pra fora alguma coisa que a faria ter uma taquicardia a qualquer momento. Não tinha certeza de qual era a sala certa, mas sabia em qual corredor os dois sempre se despediam antes de ir cada um para sua aula. Saiu procurando de sala em sala, dando uma olhada rápida através das janelinhas estrategicamente posicionadas em cada porta.
           De repente aquela faculdade tinha se tornado insuportavelmente grande. Mas ele estaria na sala, disso tinha certeza. Apesar de relapso na maioria das coisas, seu amigo sempre fora cuidadoso com os estudos e, pelo que conhecia dos seus horários, estava na aula de Filosofia nesse momento.
            E lá estava, na sala 28, final do corredor. Não era preciso perder tempo conferindo se era mesmo ele. A posição (e disposição) o denunciava descaradamente. Elton estava na segunda fileira, com caderno na mão e olhar fixo no quadro, rodeado por livros, anotações – e garotas.  A última observação a fez revirar os olhos. Sempre fora assim. Deus sabe o que elas viam nele, mas fosse o que fosse, devia ser irresistível. Talvez só ela fosse imune, mesmo reconhecendo o quanto era ele adorável. Mas é claro que era, era o seu melhor amigo. O único que podia ajuda-la agora.
            Parou então para pensar em como faria para falar com ele. Não teria coragem de interromper a aula. Tereza tinha aulas com aquele professor e ela sabia muito bem o quanto era verdadeira a fama de carrasco. “Filosofia mediante pressão psicológica não me parece alguma coisa genial!” comentava com Elton. Mas ele sempre dizia que forçar daquele jeito era a única forma possível de extrair alguma coisa das mentes tapadas dos estudantes. Talvez por causa dessa “babação” toda o rapaz era justamente um dos alunos prediletos do professor. De qualquer forma não bateria naquela porta de forma alguma, por mais desesperada que estivesse. Seria simples poder ligar ou dar pelo menos um toque no celular. Mas a única coisa que aquele “monstro de terno” odiava mais que interrupções eram celulares e outras formas de tecnologia. Nem mesmo o aluno mais querido passaria despercebido.
            A essa altura já começava a roer as unhas. Queria gritar – QUE SE DANE O PROFESSOR! Mas tudo o que não precisava era de uma cara feia de repreensão. Seria capaz de saltar em cima do primeiro que aparecesse em sua frente, e bolsistas não podem nem pensar em ter alguma suspensão na caderneta. Droga de garoto nerd! Praticamente todos os alunos estavam olhando para o vácuo durante a aula, mas Elton parecia apaixonado por cada palavra que saia da boca do carrasco. Mas então, claro! As periguetes! Chamaria a atenção delas e, com algum esforço, as faria entender que precisava falar com ele. Olhou mais uma vez para ver se reconhecia alguma delas. Depois de certo tempo Tereza já reconhecia alguns colegas do amigo, mas nunca tinha visto aquelas meninas antes. Então reconheceu a roupa branca e o jaleco mal dobrado em cima de uma das cadeiras – eram as meninas do curso de enfermagem. O curioso é que aquela matéria nunca poderia estar na matriz curricular de alguma delas. Será possível que estavam aturando aquela aula insuportável só para tentar dar em cima dele?! Isso ficava cada vez mais assustador. Não conseguiria nada com elas. Até que Betão, o cara que era sempre tão gentil, a notou com aquela expressão curiosa. Fez o melhor que pode tentando explicar através de sinais o que queria. Ele entendeu rápido, chamou a atenção de Elton e logo ele se levantava elegantemente seguindo em direção ao professor. Era incrível como o docente aceitava maravilhosamente bem tudo o que ele pedia. Veio então até a porta, mas não sem antes dar um pequeno aceno galanteador direcionado às meninas de enfermagem. Apesar dos esforços para não deixar que Teresa visse, a expressão das garotas – absolutamente iludidas – o entregava.
            - Espero que tenha um ótimo motivo para interromper a aula – falou sem cerimonia – Você sabe que tenho que me concentrar nessa matéria!
            - Boa noite para você também, Elton, meu querido – Teresa falou com tom irônico – Eu sei o quanto nerd você pode ser, principalmente na aula do Mestre Mala.
            Então ela o arrastou para o lado e desfez o tom de brincadeira. Não conseguiria esquecer tão fácil o motivo da conversa – Preciso muito falar com você. Estou a beira da loucura.
            Elton poderia incluir alguma outra piadinha e fazer alguma coisa para mudar o rumo que a conversa poderia tomar. Mas ele tinha essa capacidade legal de saber dar atenção a assuntos que se mostravam importantes. Apesar disso ele não perderia outra chance de poder fazer graça, ainda era um palhaço nato.
            - Certo, era apenas um estudo de caso, posso fazer outra hora. Vamos até a cantina... te pago uma Coca-Cola.
            Desceram as escadas em silencio e se acomodaram em uma das mesas disponíveis. Ao sinal de Elton a tia da cantina chegou com dois refrigerantes e um enorme sorriso. Ela era um doce de pessoa, a menos que você estivesse com a conta pendurada a mais de um mês. O rapaz então fez um sinal para que a amiga começasse a falar.
            - Certo – falou Teresa com um suspiro – Eu estou ficando nervosa... ansiosa, na verdade. Ou talvez seja loucura, como eu disse. Eu não sei, não entendo. Só sei que não paro de pensar...  sério, esse é um problema grave. Eu gostaria mesmo de parar de pensar...
            - Pare de pensar – ele interrompeu – Comece a falar, mas com calma.
 Ela passou as mãos pela testa, colocando o cabelo para traz em seguida. Respirou fundo mais uma vez e tentou manter a calma. Precisava organizar os pensamentos, era por isso que estava ali.
            - É ele, sabe. É ele o problema que alguma parte de mim acha que é solução.
            Depois disso Elton se recostou na cadeira e tomou o primeiro gole do refrigerante. Ele conhecia aquela história a algum tempo, e Teresa sempre recorria a ele para receber conselhos desse tipo. Talvez porque fosse o rapaz mais próximo a ela capaz de explicar o que se passava pela cabeça dos caras que resolviam se aproximar dela.
            - Eu continuo achando que você complica demais as coisas. É claro que ele pode estar sendo sincero, sabe.
            - Eu sei, é uma possibilidade... mas ao mesmo tempo não é o que eu espero pra mim. Por mais legal que ele seja, por mais que tenhamos tanto em comum. Ele...
            - E você ainda espera o cara perfeito?! Acorda... o único cara perfeito sou eu, lembra?          
            - Ahá, super engraçado! O cara perfeito que me mostrou todos os defeitos do mundo! – ela riu pela primeira vez – Se lembra que foi você quem me mostrou que os rapazes podem nem sempre ser o que dizem ser?
            - Claro – Elton respondeu com aquele olhar de quem tem o mundo nas mãos – E te salvei de muitas enrascadas, você sabe. Mas as vezes somos sinceros, quando realmente vale a pena.
            - E como saber?!
            - Teresa, você realmente acha que os homens são todos iguais? Que eu sei exatamente tudo o que os outros pensam? Eu não sei, mas existem alguns sinais. Não somos tão criativos para diversificar, então eu posso te dar dicas. Mas não tenho como saber.
            - É, e olha que sou boa em reconhecer sinais... mas as vezes eu começo a sentir. Sentimentos, eles embaçam a minha visão. Começo a ver o que quero. Por isso preciso de você.
            - Não acho que você seja boa em reconhecer sinais. É no mínimo mediana – disse ele, olhando para qualquer outro lugar que não importava. Era uma frase sem lógica nenhuma. O que ele queria dizer?
            Antes de questionar qualquer coisa do tipo, ele prosseguiu.
            - Então, você finalmente está apaixonada.
            - Claro que não!
            - Ah, claro, nunca está!
            - Não estou! Eu sinto carinho, afeto... mas não é paixão!
            - Você já se apaixonou antes?
            - Não. E nem você – Teresa tratou de cortar qualquer intensão de sugestão do amigo sobre o assunto.
            - Você não tem como saber – e suspendeu a sobrancelha, irônico.
            - Ah, tenho sim. Você nunca se apaixonaria por qualquer uma daquelas suas namoradas. Elas sempre foram todas iguais, e se não se apaixonou pela primeira, não se apaixonou por nenhuma das outras. E é claro que as ficantes e os rolos não podem ser incluídos nessa conversa.
            - Ok, ok... estamos aqui falando de você, certo?! – ele respondeu dando ênfase nas últimas palavras.
            - Certo. É que esse final de semana...
            De repente as meninas de enfermagem, as mesmas que resolveram se dedicar à filosofia, passaram por eles, sem fazer muita questão de mostrar pressa. A aula ainda não havia terminado, mas elas deviam ter perdido a razão de estar na sala.
            Elton se remexeu na cadeira e fez aquele olhar que Teresa odiava. Ela conhecia muito bem o que significava. Não, ele nunca ousou direcionar aquele olhar para ela, mas sabia que não significava nada que valesse a pena. O pior é que era justamente o que elas esperavam. Começaram a rir – que coisa mais irritante – e a acenar para ele, se insinuando. Algumas começaram a fazer cara feira para ela. “Garotas idiotas!” pensou Teresa.
            Quando elas se afastaram, Elton começou a rir baixinho e voltou a olhar para a amiga. Ela a essa altura já estava de braços cruzados e com aquela careta mortal. Ele até pensou, mas não iria perguntar qual era o problema.
            - Então, continue... quero ajudar!
            - Quer saber?! – Teresa tomou o último gole da Coca-Cola – Não precisa. Se eu quero saber se estou lidando com um cafajeste ou não, não posso procurar conselhos com um.
            - Ah, qual é! – ele pareceu espantado – Não precisa ficar nervosa. São só algumas meninas!
            - Claro, claro que são. Todas são.
            - Mas...
            - Deixa pra lá. Eu tenho aula de Direito agora – então saiu apressada.
            Desde quando ela começou a dar “piti”? Provavelmente era a milésima vez que via garotas se jogarem em cima dele, e ela sempre adorou rir da burrice delas. Provavelmente estava começando a se compadecer das coitadas. Coitadas... elas sabiam bem que não passavam de um passatempo. De coitadas não tinham nada. O que...

OBS: Eu vivo escrevendo essas coisas. Achei essa história perdida no notb (Wesley) e acho que gostei. Se gostei, vem parar aqui. Tem outras dessas por lá, mas tenho pensado em continuar esse texto. No fim talvez eu desista, não sei. Nem interessa mesmo (u.u)

sábado, 3 de março de 2012

Escolho, logo transformo.

Acho mesmo que a vida é feita de escolhas.
Parece meio clichê, até obvio, eu sei... mas falo das pequenas escolhas. Aquelas que são fruto dos caminhos que você resolve seguir na vida. Falo dos caminhos que te levam a quem você quer ser.

Um dia, em meio a necessidade, escolhi ser assim.
Espontanea sempre, mesmo que isso me custe parecer boba as vezes.
Ser criança o máximo de tempo que eu puder, mesmo que isso faça com que o mundo demore a me ver como a mulher que vou me tornar (e que querendo ou não já estou me tornando).
Ser a amiga mais dedicada possível, com todo o amor que guardei para isso. E até hoje não descobri contra indicações para tal escolha.
Sonhar. Mesmo os sonhos não realizáveis, mesmo que resulte em ilusões absolutamente frustradas.
Alias, algumas escolhas que fiz simplesmente mudaram. Por que achei que valia a pena mudar. E isso não quer dizer que não podem voltar a ser o que eram antes.
Escolhi passar a sentir. Mesmo que isso custasse... a minha comodiade.
Sentir e deixar claro o que sinto. Talvez por ter pouca paciencia para joguinhos, ou só porque não gosto que joguem comigo.

Conheço pessoas que tem características tão especiais, tão evidentes, que me fazem pensar se não são assim exatamente por fruto de escolhas também. Deve ser sim.

Existem coisas naturais e inalteráveis, claro.
Mas enquanto se pode escolher, porque não?!
Se é assim que eu me formo, me descubro.

Deixa.