“É um lugar bonito demais para pensamentos tão angustiantes...” pensava Luna sentada a beira da praia, enquanto observava o mar. Harry e os outros permaneciam lá dentro, provavelmente planejando qual seria o próximo passo. Mas o dia estava tão lindo que ela não conseguiu ficar dentro de casa por muito tempo. Como não fazia parte dos planos dos amigos – ajudaria se precisassem –, estava sempre auxiliando Fleur em alguma coisa. Mas essa não era uma boa ocupação já que ela sempre estranhava o seu jeito de falar e ria das receitas que Luna fazia com seu pai. Por isso preferia caminhar pelos arredores do chalé e sempre assistia o por do sol no lugar onde Dobby havia sido enterrado. Quem a visse de longe talvez achasse que havia serenidade em seu olhar. De fato não estava alarmada. Mas os pensamentos que lhe ocorriam terminavam sempre em questionamentos mal respondidos. Para alguém acostumada com resoluções – mesmo não sendo lógicas diante dos outros – aquela situação não era muito agradável.
Como estaria seu pai? Nunca mais ouvira falar da revista, mas talvez fosse porque ele tivesse medo de complicar ainda mais as coisas. Não era fácil imaginar seu pai com medo. Todas as idéias surpreendentes e conhecimentos aprofundados sobre temas tão pouco discutidos graças às suas polêmicas próprias... o Sr. Lovegood nunca teve medo de ser quem era. Ele quem cuidou tão bem dela desde a morte de sua mãe e que lhe ensinou tudo que sabia. Talvez a única coisa que o fizesse relutar fosse mesmo a sua mãe. Era estranho, porque ele a havia ensinado a ver as coisas de uma forma tão simples, enquanto ele mesmo sofria cada vez que pensava nela. E como não pensar quando a própria filha é tão parecida com a mãe... De qualquer forma não havia momento pior para começar a sentir medo. Se pelo menos pudesse ler “O Pasquim” saberia que seu editor estava bem em casa compondo a próxima edição. Sentia tantas saudades e não podia mandar sequer uma coruja.
Mas também havia Harry. Ele parecia melhor depois de ter passado tanto tempo abatido com a morte de Dobby. Não era pra menos. O elfo havia sido um herói e tanto. Fez coisas que talvez nenhum outro elfo seria capaz de fazer (“Papai uma vez me disse que os elfos se revoltariam e, com todos os poderes que têm, dominariam o mundo... por isso nunca tivemos um. Assim quando isso acontecesse ganharíamos um voto de misericórdia.”). Sua fidelidade a Harry era admirável. Mas a morte não é dos males o maior. E Harry Potter sabe bem disso. Havia tantas coisas em jogo. Hermione passava os dias inquieta enquanto parecia pensar numa estratégia. Chegou a lhe pedir um conselho - uma coisa que seria curiosa se não fosse por si só espantosa – mas não pareceu gostar da idéia de fazer cosquinhas nos pés de todos os vilões até que confessassem suas maldades para o mundo.
Mas nem tudo era tão ruim. As coisas as vezes pareciam boas a ponto de recuperar as forças de todos. Havia o Sr. Olivaras, sempre tão gentil e que as vezes acompanhava Luna nas suas caminhadas, falando sobre qualquer assunto que não trouxesse dores de cabeça aos dois. Ele lhe prometera uma varinha nova uma vez. Harry, Ron e Hermione que, apesar de sempre estarem andando de um lado para o outro cochichando alguma coisa, pareciam cada dia mais revigorados. O Rony na verdade parecia estranhamente cuidadoso com a Hermione... o que era ótimo. Ele as vezes conseguia ser um grosso com ela. Agora os olhos dos dois brilhavam de um jeito diferente. De um jeito que Luna gostava de notar sempre que podia (o que infelizmente os deixava corados de vergonha). Gui também era incrível. Tinha tantas histórias e aventuras para contar... mas dava para perceber que não as achava tão interessantes assim. Talvez porque, diante das coisas que Harry havia passado, nada fazia muito sentido. Mas Luna discordava. Ele provavelmente contava histórias melhor que um calormano. De incomodo só havia aquele anãozinho carrancudo. Mas era tão raro vê-lo fora do quarto, que sua presença era até uma surpresa agradável para quebrar a monotonia.
O por do sol mais uma vez chegou e tirou Luna de seus pensamentos difusos. Ela rapidamente subiu o morro e foi ao túmulo improvisado. Não havia melhor lugar para assistir a um espetáculo tão bonito. Se sentia num camarote particular. Ajoelhou-se e fixou o olhar no horizonte.
– Posso me juntar a você?
– Claro! – respondeu sem se dar ao trabalho de olhar para trás. Conhecia bem a voz do amigo. Quando Harry se acomodou ao seu lado, Luna pegou uma de suas mãos e o olhou carinhosamente – Você escolheu o lugar mais digno do mundo para um herói, Harry! Um lugar onde todo herói pode renovar suas forças.
OBS: Confesso que gosto de escrever, mas infelizmente não me considero muito criativa... então como eu gosto da Luna e acho ótimo o jeito que ela vê as coisas, resolvi fazer uma fanfic dela. Não tá pronta, claro, mas essa é oficialmente a primeira parte que eu imaginei. Espero que quem leia goste... (talvez quem não leu os livros de HP não entenda muito bem)
Um comentário:
Tem que ler Narnia tb neeh, contando histórias melhor que um calormano... kkkkkkkk
enfim, gostei do fanfic, e vc eh criativa sim. =D
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