segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Projeito pro futuro.



Só um conselho, futura eu (ou quem quer que esteja vendo kkk): aumenta o som, tá?! kkkk'



Ah, pra quem não entendeu, eu posso explicar... é só umas coisinhas que eu tive vontade de contar pra mim mesma. Pra Patrícia que vai estar daqui a alguns anos muito mais madura e tudo mais, e que vai achar graça de tudo isso. :)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O.O


Que me perdoem os bons aceitadores, mas eu não nego uma boa surpresa.
Apesar de reagir mal às adaptações feitas para as festas de aniversário (mais exatamente as que são feitas pra mim), sou completamente a favor do espanto diante das loucuras que a vida nos apresenta.
Porque, afinal, o que seria dela se já tivessemos visto tudo o que havia para ser visto ou se, de repente, resolvessemos aceitar qualquer fato como normal?! De que me adiantaria uma relativização de deixa tudo igual, tudo certo, tudo sólido, sem mais nada pra pensar, questionar ou dizer?!
 
Não...
Prefiro os suspiros rápidos e os olhos arregalados.
Prefiro descobrir as coisas que desconheço e através delas me construir. Me permitir pensar, chegar às benditas conclusões e me acrescentar um pouco mais.
Talvez seja mesmo o escândalo que provoque o processamento das informações e a formação de ideias. O confronto com o cômodo, o aguçamento dos sentidos e quem sabe até mesmo a necessidade de julgamento.
E através das novidades que eu mesma me julgue.
E que eu, quando enfim chegar o caso, possa olhar os dedos que me afrontam com o sorriso de quem prefere ver tudo pelo lado positivo.
 
É só o que eu acho.
Me deixa pensar.
 
 
 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Entre as reticências.

                     O mais provável é que aquele fosse o cenário perfeito. Olhar atento para a tela do computador, caneca cheia de café quente por perto, um clima deprimente do outro lado da janela, um documento em branco e um coração em chamas. Seus dedos formigavam. Os ouvidos zuniam. Nas veias pulsava a vontade     mais que isso, a necessidade     de enfim encontrar os tão viáveis meios de colocar pra fora aquela agonia. Assim como das outras vezes, pensaria em qualquer bobagem que fosse, qualquer ideia, qualquer sensação, e escreveria algum absurdo encaixando a verdade entre as entrelinhas. Devia ser mesmo um talento... ou era muito boa em deixar as coisas subentedidas ou tinha sérios problemas com expressão. Que fosse. Sempre fez bem e sempre recebeu elogios quanto a isso. Sim, era a melhor saída.
                     Mas depois de alguns minutos, por trás do barulho da televisão só havia o vazio. Alguma espécie de paralisia que congelava seus pensamentos e, mesmo que algum surgisse, não haviam os comandos para que fossem registrados. De repente não conseguia mais falar ou escrever. Parecia que a vista lhe estava sendo tomada aos poucos. E ainda assim a vontade de ser entendida, a ansia por uma conclusão... e ainda assim, um pouco mais de nada. Não ficou parada. Tratou de recapitular as intensões. Ouviu as melhores músicas. Releu os textos mais famosos. Entoou poesias, desafinou alguns cantos, rabiscou algumas palavras e então, nada. Mas não era um vazio comum. O que fazer com toda aquela angústia muda, retraída, que mesmo imóvel procurava meios de se libertar?! Ou melhor não fazer?
                     E com os olhos ainda imóveis, procurou no mesmo vazio para encontrar a resposta. Apurou os sentidos e sentiu mais de perto o que o peito alertava. Sentia... dor, primeiramente... e então a vontade... sentiu a impaciencia e a solidão. A voz inaudível que emitia tinha necessidade do outro, seja ele quem fosse. O outro que a visse e a entendesse, mesmo sem som e sem palavra. Um interpretador de sonhos e de canções não compostas. E com a resposta veio a paz. Voltou a sentir os próprios reflexos e suspirou.
                     Ao encarar novamente a tela, entendeu o pisca-pisca do cursor como um novo desafio. A menina voltou a escrever. E já não havia entrelinhas ou segredinhos escondidos pelos cantos. Seguindo a nova direção, lhe escreveu as palavras que sua própria voz lhe dizia. No fim das contas uma pequena estória se formou onde somente o único personagem existente a poderia enxergar com clareza. Você.

MUITA sorte.






OBS: Eu acho que vou criar uma tag exclusiva pro Calvin... me traduz demais.

domingo, 21 de outubro de 2012

Post Flash - Primeiro dia.

 

 
Que não se negue a importancia dos outros dias, dos momentos especiais e dos encantamentos vividos.
Mas ainda assim, não há nada que se compare ao primeiro.
Porque a partir dele todos os outros são consequencia.
Consequencia daquela primeira fala, daquele primeiro sorriso.
Talvez tenha sido aquela sua primeira piada que arrancou de mim muito mais que o "oi!" inicial.
Ou os ares inalados, que por se só já inspiravam intelectualidade e sabedoria.
 
Foi aquele, e só aquele dia.
Causado talvez pelas forças interestelares ou pelas coincidencias do nosso Criador, que seja.
O minuto em que nos vimos e verdadeiramente nos encontramos.
 
E é este o dia que eu louvo e celebro! Pois desde aquele momento já não sou mais quem era, mas componho contigo a soma do "eu+você".
E o resultado...
... talvez seja o próprio infinito.
 
Sejamos juntos, até o fim.
Fim que depende dos nossos próprios olhos e, principalmente dos nossos corações.
E mesmo não esperando que chegue, tendo ainda a convicção de que já valeu demais.
Que eu possa agradecer.
Que eu possa viver.
E que você possa sentir... um pouquinho que seja, do que eu sinto por você.
É grande demais. Você merece.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Muito melhor agora...

Agora imagina a união de duas coisas que eu tanto amo... e não tem como não se encantar com esse vídeo! :D

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

1 Corintios 1. 18-31



                  De fato, a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.[...] Deus tem mostrado que a sabedoria deste mundo é loucura. Pois Deus, na sua sabedoria, não deixou que os seres humanos o conhecessem por meio da sabedoria deles. Pelo contrário, resolveu salvar aqueles que crêem e fez isso por meio da mensagem que anunciamos, a qual é chamada de “louca”. [...] Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. Pois aquilo que parece ser a loucura de Deus é mais sábio do que a sabedoria humana, e aquilo que parece ser a fraqueza de Deus é mais forte do que a força humana. [...]
Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que o mundo acha fraco. Para destruir o que o mundo pensa que é importante, Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz que não tem valor. Isso quer dizer que ninguém pode ficar orgulhoso, pois sabe que está sendo visto por Deus. Porém Deus uniu vocês com Cristo Jesus e fez com que Cristo seja a nossa sabedoria.
 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Minha Nárnia

 
 
Na verdade é esse o segredo. Um desses tão sigilosos, bem escondidos e ainda assim tão obvios, que, por milhões olhares despercebidos, se tornou de todos um dos mais importantes.
A partir dele a cabecinha sonhadora que não se limitava ao conhecido passou a ter acesso ao lugar onde encontrava paz. Talvez vários lugares num só. Ou talvez sequer fossem lugares.
Tive então consciencia dos portais que descobri.
esvendados em situações inusitadas     em alguns casos desesperadoras      e também,  na maioria das vezes, do nada.
E os descobrimentos ao acaso são sempre os melhores, é verdade.
Através deles a magia do destino se revela. Assim, quando nada diferente parece possível, surge a mais linda e inesperada oportunidade de se transpor também.
E através dos meus portais, tudo se transforma. A realidade brutal dá realidade ao mundo em que meus olhos reconhecem como meu.
Então o tempo para, a canção flui, o corpo vibra. Sensação de oxigênio de volta aos pulmões.
O coração se abre e revela a criança; a princesa; a palhaça; a guerreira; a ninfa; e o  meu eu.
Melhor... o meu novo eu. Porque somente esse novo coração pode ter parte com algo tão perfeito. Esse eu que transborda amor dos meus sentidos.
E assim eu sonho, sem sequer fechar os olhos. Porque os vejo. São reais.
 
Até que então, sabendo que não se vive nesse paralelo por tanto tempo, eu volto à realidade com novas convicções e com uma nova face.
Ao meu lado a esperança de que um dia já não será mais passageiro.
Hei de viver a plenitude constante, ao lado dos meus portais.
Que não se fecham, não se escondem e muito menos me abandonam.
 
E enquanto espero pelo dia (e que logo chega), sigo ao encontro mais uma vez.
Meus portais. Meus amigos. Meus amores. Meu Deus. Meu mundo.
E o que poderia ser não se compara ao que hoje é.
Através deles e de mim.

 

domingo, 14 de outubro de 2012

Menina de alguém.

 

Enquanto entrava sorridente na lanchonete, meus olhos refletiam a verdadeira face das suas expressões. Para os que não a conheciam tão bem, parecia ser uma dessas meninas maluquinhas, irreverentes, cheias de coragem e dispostas a tudo por uma boa risada. Era talvez agradável de se ver e a convivencia era sempre salpicada de piadas sem sentido que tornavam o nosso ar mais leve. Era uma mocinha bonita, e aquele sorriso que não lhe saia do rosto era seu melhor acessório. Mas depois de algum tempo, de muitas risadas espalhadas e muita amizade amadurecida, já tinha aprendido a contar os olhares e os disfarces. Ela sabia muito bem. Não me enganava mais.
E nem era tão difícil notar. Um pouco mais de atenção e seria fácil interpretar a forma despretenciosa como andava. Estava agitada, rindo um pouco mais que o necessário e ficando nervosa ao menor risco de ficar sozinha. Garota boba. Está com medo de pensar.
Quando me viu e sorriu de longe, pude ver todos os seus dentes e    pelos olhos    seu coração. Eu sempre a irritei dizendo que tinha olhos grandes demais, e tinha. Com ela passei a acreditar que os olhos são a janela da alma, e disso ela também sabia muito bem. Por isso o olhar nervoso, rápido, quase ríspido, que corria de qualquer correspondencia externa possível. Do jeito que estava se entregaria mais facilmente que o normal.
E de repente meu coração se afligira. O que perturbara minha menina?!
Percorri em pensamentos todos aqueles motivos que poderiam machuca-la, principalmente os improváveis. Porque além de alegre era muito teimosa. Tinha mania de se recusar a sofrer pelas causas habituais de todo ser humano. "Perda de tempo" dizia. Mas não era... Não se perde tempo com as experiencias que nos constroem e transformam. E elas eram inevitáveis. E ainda que se escondesse, elas um dia encontrariam o caminho atrapalhado do seu coração.
E ele era tão pequeno.
 
Enquanto dançava sozinha ao som da banda (ela tinha mesmo essa mania de querer ser maluca, é verdade), entendi que ainda não seria por agora. Minha menina teria que sofrer para aprender a lidar com a vida. E por mais que sorrisse, que negasse, que fingisse, que forçasse, enquanto pudesse, as lágrimas viriam (talvez incontroláveis).
 
Porque a vida se constroe em golpes, minha menina. E ser moldado dói.
Ninguém disse que seria fácil...
Mas ainda quero estar aqui. Adivinhando o que você não me conta e te prestando o socorro que você precisa, no silencio que você tanto preza.
Estou aqui.
 (cadê? =/) 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Evgenia. - por Pedrinho Fonseca

 
 
"Escreva, menina.


Professor, mas a que maneira de escrita o senhor professor refere-se, que narrativa, e, desculpe-me, algum tema de sua preferência?

 
Apenas escreva, menina.
Dimitri, confesso que sinto-me suja, senti-me imunda no primeiro instante. Ter a sua língua entre os meus lábios, passando por entre eles, lentamente, ao encontro de minha, aquilo deu-me um incômodo, não nego que gostei, mas. Mas havia criado uma barreira, você conhece a barreira: ouvia a frase “não posso fazer isso, não devo” durante a eternidade do seu – do nosso – beijo; portanto admito que começar a sentir em mim o calor do seu corpo aproximando-se deflagrou um arrepio, o que contrapõe-se a uma ideia rígida que possuía, que arrepios estão condicionados ao frio. Há o abismo entre nós, conhecido, Dimitri. Você está numa margem, estou na outra margem. Entre nós, um abismo negro onde consigo ler, ao olhar para o fundo, palavras como afaste-se, cuidado, não, proibido, finja, esconda. Sei que o abismo tem a espessura de um passo; isso, Dimitri, me desespera. Sei que basta dar um passo e as palavras ficam para trás, como pesadelos de ontem, e sobraria, à minha frente, você, uma ponte. Você, minha ponte inacabada, estique-se, dê-me as mãos, eu tenho medo, mas sei que posso, que devo, no fundo eu sei que devo, pois o abismo e suas palavras são ilusões de uma alma atormentada pelas culpas, verdades absolutas, meras convenções que nos contentamos ao longo dos anos; e vamos envelhecer um dia, Dimitri, e isso tudo, este abismo horroroso, será lembrado como um passo não dado, apenas; dê-me, venha, estenda-me as mãos, Dimitri, eu imaginei outro, mais outro, tantos outros beijos. A pele tem calafrios, está quente e tenho calafrios, mas não febre, o que eleva-me a uma possibilidade de querer. E querer é tudo aquilo que não quero, não posso, eu digo em voz alta “não quero” e não escuto eco no abismo, pois o abismo é falso, você é minha ponte, estique-se, só mais isso que o peço, estique-se, puxe-me, irei. Tenho vontades que jamais confessarei, não hoje, talvez amanhã; a coragem, quando igual ou maior que a vontade, faz-nos andar; acene para mim, despeça-se de mim, é tudo o que não preciso, Dimitri, mas faça por mim, talvez eu entenda, na dor, que não posso perder-me. Não posso perder-me. Minha madrasta. Ela casou com meu pai, ela atravessou um abismo, quem mais?, quem mais?, me dê um exemplo, Dimitri, a coragem nasce do exemplo do outro, que por ora revelou-se capaz; capaz de eu conseguir, dê-me uma das mãos apenas, já sinto ter a coragem, falta-me levantar a cabeça, trocar a visão do abismo pela do horizonte; ajude-me, Dimitri; minha negação do passo, um pedido de ajuda. Ajude-me, Dimitri. “Não posso fazer isso, não devo”, que tormento ouvir a minha própria voz falando-me mentiras, desfazendo-me do que verdadeiramente sou; que sentimento falível, este, a covardia. E justifico-me em outro pior, o heroísmo. Eu, heroína da vida de tantos, que hipocrisia. Faltava-me um cavalo, espada, escudo e um corte de cabelo menor, uma espécie de guardiã do desamor, que triste fim. E o beijo, lembro-me, como dizia antes, da sua língua lenta e áspera, lembro-me como se fora verdade, ainda que saiba que não. Que é coisa da minha mente, não nos beijamos; fui beijada em pensamento por você. Obrigada, Dimitri. Antes o abismo fosse largo, longo, mais escuro, intransponível: sim, intransponível – assim eu diria “não vou fazer isso, mas prefiro morrer – e vou”. Não. Não. Não, Dimitri, tenho em minhas mãos um livro que não era seu, mas que diz que “a verdadeira verdade é sempre inverossímil”, isto tudo que não acreditamos é o que temos, vamos; dê-me a sua mão.


Escreves como quem ama, menina."

Pedrinho Fonseca (Texto extraído do site "Loja de Histórias")
 
 
OBS: O site foi realmente um achado! A "Loja de Histórias" na verdade não é exatamente um loja... talvez um brechó (kkkk' ou não). A idéia do autor (o Pedrinho) é a seguinte: as pessoas lhe enviam fotos tiradas em qualquer lugar, qualquer situação e então ele faz uma história (ou também música, verso, conto, poema) baseado no que a imagem transmitiu pra ele. Detalhe de que ele não aceita informação nenhuma sobre a foto enviada. Esse texto foi um dos que mais curti no site!
 
É uma daquelas ideias simples que a gente curte e fica se lamentando de não ter imaginado antes, sabe?! 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Post Flash - Raros meus

 
 
 
É aquele livrinho que me ensinou muita coisa nessa vida...
Mas tem uma coisa que se aprende, é que, não importa quantos clássicos tenham sido lidos, quantas páginas revistas ou quantos autores tenham sido conhecidos - as palavras que os livros trazem só ganham sentido quando sua vida se apropria delas.
Elas tem poder, evidentemente. Mas enquanto sua vida corre, elas podem se revelar de volta.
 
Acho que foi assim dessa vez.
 



" Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida, um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa." O Pequeno Príncipe - Diálogo com a raposa

Sempre pensei em como existem mesmo pessoas incríveis no mundo (insisto em acreditar que são maioria). E sempre pensei em como seria incrível conhecê-las.
Entenda-se. Durante muito tempo não tive essa chance.
Mas o tempo passou e elas vieram até mim... não todas as pessoas do mundo, mas de todas as mais incríveis.
E não é exagero meu.
Porque o amor que foi despontando, crescendo e amadurecendo as fez com que fossem únicas!
E não há equação que possa traduzir tal resultado.
São meus... meu coração os transformou. Mesmo não sendo perfeitos, e talvez até parecendo como tantos outros para os de fora, ainda assim são raros, espetaculares!

Se vocês pudessem se ver com os meus olhos...
Eu sei que é amor. Obrigada.

OBS: É bem provável que eu faça postagens inspiradas em "O Pequeno Príncipe" até o fim da minha vida. #SantoExupery

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Bruta Flor, Maria [2]

               Menininha da cabeça dura e da perna bamba, era Maria que passeava no quintal de frente pra janela. "Quintal de verdade é esse" dizia a Dinda todo o fim de tarde, quando inventava uma visita pra comer mais um pedacinho do bolo de fubá que D. Luzia fazia. Mamãe de Maria era mestra em fazer duas medidas de açúcar e farinha virarem comida de comer ajoelhado.
               Não havia conceito de pobreza que traduzisse a cena que se via. Apesar da comida pouca e da dispensa vazia, todo mundo era rico no coração e na fantasia. O trabalho no roçado trazia uns bons trocados, e nem precisava gastar comprando ovo ou leite, porque os bichinhos da casa já os serviam com primazia. E no fim das contas era divertido comer hoje sem saber o que teria pro outro dia. Apesar de mamãe não acreditar no que ouvia, papai sempre abria um sorriso e todo encolhido dizia "está lançado o desafio, Maria!". Quem acertasse ganhava dois pedaços de rapadura fresquinha e um bucadinho de farinha extra      prêmio melhor não havia!
               A casa era pequenininha, coberta de taipa e recheada de aconchego. Também não havia necessidade de muito. Durmiam nela só mamãe, papai e Maria. Mas a uns tempos atrás ainda vivia o Manuca,  o bebê mais novo e com as bochechas da cor de terra queimada. Era uma belezura! Tinha os olhinhos mais doces que a menina já vira. Mas Manuca ficou doente, teve de ir pra Capital. Mas Capital é lugar grande demais, muito complicado. O pequeno Manuel se já não era grande, praticamente sumira no meio de tanto "fuzuê" de hospital lotado. Mamãe não fala muito no assunto, por causa do cisco que vive rondando o olho dela, mas Maria sabe que Manuca acabou sendo enterrado no quintal por conta disso.
               De manhã cedinho, quando o sol fingia que dormia, acordava todo mundo - inclusive Maria - e partia com a vizinhança pro roçado grande. Era povo trabalhador, do braço forte, com o almoço debaixo do braço e enxada na mão. Maria ia de graça, porque sozinha em casa não podia ficar. Mas ela gostava do furdunço e da agonia, e vivia animada em querer ajudar. Ainda assim só no querer ficava. Suas mãozinhas pequenas e bracinhos finos eram de muita pouca valia. Para pegar no batente e preparar a terra ela não servia. Muito menos espalhar o adubo, quando ficava mais esterco na roupa do que no chão do roçado, o que a mamãe enlouquecia. Espalhar as sementes ou distribuir as mudas seria uma boa saída... se não fosse justamente a habilidade de papai, o famoso dedo verde do roçado. Talvez fosse herdado por Maria, mas até quando fosse necessário realmente não saberia.
               Mas se havia uma coisa a qual a menina sabia, era arrancar erva daninha bixada. Apesar da pouca forma, tinha pegado o jeito. Um estralinho pra cá, três voltinhas de levinho, e arrancava toda a raiz sem deixar na terra um só pedacinho! E era serviço importante, esse de Maria. Afinal plantar e regar não tinha importancia se a plantação tão bem cuidada fosse cercada das ervinhas inimigas. E aquilo fazia um bem danado. Se conseguisse  tirar todas as malditas no campo do dia, ganhava leite fresquinho da esposa do patrão. E leite melhor que aquele não havia! Leite que ela ganhava com o esforço dos bracinhos descabrunhados, mas cheios de alegria.
              [...]

OBS: Outro que eu não terminei. -.-' Na moral, preciso dar um jeito nisso!
 

domingo, 7 de outubro de 2012

Possibilidades.




E não é?! Ai ai... deixa eu quieta.

Aliás, eu já comentei que eu AMO o Calvin?! kkk'

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Lições Sonoras - Muito Mais Mineiro (João Alexandre)


 
Essa terra fez brotar em mim uma paixão
Dessas que jamais tem fim
De repente descobri que tenho uma coração
Muito mais mineiro batendo dentro de mim

Minas, por trás do monte
Minas, um belo horizonte
Minas, só pra te amar "três corações"
Minas, mineiros, minérios
Minas, mistura, mistérios
Minas, meu queijo, meu doce, meu algo mais...
Meu grande amor
Minas Gerais


Pois quem te conhece não esquece jamais, Oh Minas Gerais..

OBS: Só porque saí de lá tão cedinho não significa que não me reconheço como mineira... o sou, e muito, MUITO feliz. Terra boa, de gente bonita, saudável, com um excelente acesso à educação (ponto fortíssimo) e linda... muito muito muito linda! No fim das contas o mar tão longe passa despercebido. Minas revela mistérios através de suas matas e dos olhares de sua gente.
Etâ saudade, meu Deus!

Lições Sonoras - Salvador da Bahia (João Alexandre)





Basta um sorriso baiano pra gente entender
O por quê do Brasil ter nascido primeiro aqui nesse lugar...

Basta um tempeiro baiano pra gente
provar o sabor desse povo que ri da tristeza ao invés de chorar...

Capoeira, ganzá, berimbau, vatapá e acarajé.
Jorge Amado, Zumbi, Castro Alves, Caetano e Caribé...

Do outro lado do mundo vem gente pra ver
Como é que é esse tal de "Sorria, Você está na Bahia, meu Rei!"

Que a graça de Deus te embale!
Que Água da vida te regue de amor!
Que o Santo dos santos te dê sua paz!
Bahia, que o Mestre Jesus seja o teu Salvador!

Basta um sorriso e um tempero baiano pra gente entender... o que é que a Bahia tem !

OBS: Mas tá. Tenho sangue baiano nas veias e sotaque de Feira/Aracaju/Palmares na boca. Então sejamos justos e honestos: eu amo essa terra! kkkkk' João GÊNIO Alexandre expressando toda a minha alegria.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Namorados

 
 
 
[...] porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras, e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada, e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uam névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteira: Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
Enlou-cresça."
Carlos Drummond de Andrade
 
 
OBS: É claro que eu não sei porque me mandaram esse texto (cof cof)... Mas quem resiste a Drummond?! kkkkkk' E eu acho que preencho todos os requisitos! KKKKKKKKKKKKKKKKK'
O trechinho dedico aos meu colegas solteiros... mas quem está amando, se faça o favor de procurar e ler o texto completo. É uma delícia (não precisa colocar tudo em prática, mas ainda assim! kkkkkkkk) ! :D

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

É pra ouvir... nas Margens de Mim (OTM)


 
[...]
Eu quis prestar atenção
Tudo o que é menor, mais lento e baldio
Deixo o rio passar tão voraz, veloz
Me deixo ficar...
[...]
Me recolhi, fiquei só
Até florescer
Desapego e raiz, improviso e razão
Canto pra colher, agora e aqui
 
De qualquer maneira parte em mim
Diz valer a pena ser assim
Que no fundo é simples ser feliz
Difícil é ser tão simples

Difícil mesmo é ser...

OBS: a) a letra é mesmo linda, a música é uma delicia, e eu ainda sinto que é verdade; b) no aquecimento pro dia 13. o/

terça-feira, 2 de outubro de 2012

"Apenas" palavras.

 
 Não há muito o que falar... mas desta vez sou eu mesma quem digo, sem fantasias ou disfarces.
Mais uma vez, aqui, falo de mim pra mim.
Porque já não posso me esconder da verdade que se mostrou como tal: tenho poder em minhas palavras.
Elas que se disfarçam de simplicidade e acaso, mas são capazes de dominar o mundo.
E quanto a isso não invoco algum misticismo ou surrealidade. Já foram registradas - em tantos textos, em minhas memórias e em meu coração - todas as provas necessárias.
As palavras tem poder imprecatório. Assinam os termos mais sérios de responsabilidade, aqueles em que o compromisso firmado vai além das plenas convenções burocráticas, aqueles em que a convicção vem da própria consciencia. Ao se dar a voz à dor, ao sentimento, ao canto, ao desespero, ele se expõe e pulsa como ferida inerte.
E ao mesmo tempo que vibra, se consolida. Ao mesmo tempo que jorra, se torna real.
 
 Através delas construiram a história.
Guerras foram declaradas, insinuações feitas e planos destruidos.
Delas se extrairam a única chance de paz. Delas se fez o grupo, a sociedade e a nação.
 
E pensar que reprimí-las traria algum efeito é mera ilusão.
Se os pensamentos regem nossas ações, é a partir dos mesmos que elas afloram.
 
Me lembro das malditas palavras impensadas que me tiraram a chance do que acabei por desejar naquele futuro próximo.
Lembro das palavras que me recusei a dizer, e as que, mesmo dizendo, me feriram tanto por dentro.
Lembro das lágrimas que muitas delas traduziram. Lembro do sussuro, e da dor.
 
E ainda assim me lembro do sorriso. Das bobagens e desafinos, que me trouxeram os bons e eternos momentos passageiros.
Lembro das frases sérias, cheias de sentido, que expressaram todo o meu amor. O suficiente para sequer houvesse a necessidade de se repetissem.
Lembro das poesias que entoei apenas entre olhares.
Das decisões tomadas e das retificações feitas.
Da escolha que revirou o meu rumo, e me deu um novo sentido.
A palavra que me retornou ao alvo.
 
E desde antes de mim, quando ainda nada havia. Houve uma voz, uma palavra e assim se fez.
E dentre todas as palavras que formaram o mundo e transformaram vidas, eis que estou hoje aqui.
Me achando digna de dizê-las, sem o mínimo pudor ou cuidado.

Palavras.
 
E quem ainda penso ser para ousar dissipá-las?
Responsável pelo que sou, mas principalmente pelo que digo (ou não).
E será que há sabedoria suficiente para isso?

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Observando os Ponteiros - por Marvim Mota

           "Tic Tac... Barulho insuportável.
             Existe aquele momento em que não há nada a se fazer... Na verdade, é pior, não se pode fazer nada. Nenhuma ação efetuada possibilitará uma mudança minimamente boa. Daí sem nada a fazer, a gente espera. Pensando bem, sempre vivemos em espera... Esperando "um algo", um "não sei o que", um "por vir".
             Eu particularmente não aprecio a espera. Sim, sou um imediatista miseravel, esperando a mudança dessa caracteristica. Sim, porque a espera não é opcional, ela vem de bonus no pacote.
Esperando que a chuva passe, esperando o fim do mes, esperando o amigo atrasado, esperando o poema perfeito, esperando o ônibus chegar, esperando dias melhores. Esperando o fim da espera...
             Mas o que fazer para distrair-nos nos tediosos momentos de espera? Bom, visto que sou um imediatista assumido não me considero a melhor pessoa para aconselhar quanto a isso. Mas como sou autor deste texto, me arriscarei. Acredito que o melhor passatempo é OBSERVAR... melhor, admirar os momentos que passam durante a espera, os detalhes, aqueles singelos... a moça bonita mas sem nome, que tenta desesperadamente abrir o guarda-chuva na garoa, como se sua vida dependesse daquilo... os olhares trocados entre os amigos, com centenas de frases ocultas ali, apenas esperando para serem desvendadas... o movimento lento da senhora que atravessa a rua, como se o tempo já lhe fosse um velho amigo que lhe confia segredos sobre a pressa...O farfalhar dançante das folhas das árvores tentando nos dizer algo, como uma piada antiga a muito esquecida... Observar a vida e seus detalhes, pois no fim de tudo, são eles que darão sentido a historia, quando a espera terminar... Enquanto isso, esperemos... Tic Tac."
 
Marvim Mota
 
OBS: Paciência e perseverança são frutos do espírito. Ok... então que as situações da vida me ensinem a frutificar. Amém! kkkk'

E o texto é do blog do autor, claro: Joga na Gaveta.