quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Post Flash - "Real ou não real?"


Por mais que essa distancia insista em nos afastar, ainda não consigo não pensar nele como meu melhor amigo. Seja pela minha teimosia, ou por não haver alguém capaz de ocupar seu lugar, esse ainda é o posto que ele exerce em na minha mente, ou no que restou dela. De qualquer forma sei que não estou mais tão plenamente certa. Ainda não recuperei essa noção de tempo, de forma que tudo o que aconteceu - e ficou para trás - ainda me torna como se fosse muito recente; os medos, as angústias, o sofrimento, não me afetam mais como antes, mas não me abandonaram absolutamente. E contra todas essas lembranças, ainda consigo me lembrar do tempo em que fui miseravelmente feliz. E seria impossível não sentir saudades de nós.

Hoje, agora, apesar de tudo, eu sou realmente feliz. Tenho tudo o que nunca sonhei e sequer imaginei que precisava tanto, tenho o calor de alguém que me ama com toda a minha bagagem e que se ofereceu para acrescentar novas experiencias à ela. Mas meu melhor amigo não faz parte de nada disso... e ainda é estranho.

Eu sei, as coisas mudaram. 

As vezes o vejo nas transmissões e praticamente não o reconheço. Os mesmos olhos, mas o brilho é outro. O que o motiva é diferente do que o motivava quando estava comigo, e fico pensando no quanto ele se enganou. Não em estar onde está, mas em pensar um dia que não seria desse jeito. O antigo indigente fora da lei é agora uma autoridade, num cargo extravagante carregado de confiança pela presidente da Capital. Por mais que seja duro admitir, combina bem com você. E isso me alivia.
Porque eu sei que nunca deveria ter escolhido ficar ao seu lado. Porque somos felizes agora. Porque não tenho a necessidade sequer de imaginar "como seria". 

Acho que agora aprendi a amar direito, ou pelo menos devo ter melhorado em algum aspecto.
Pela primeira vez tenho convicção em alguma coisa. Isso é real.

OBS: Texto escrito inspirado na Katniss. Mas não devo ter me saído muito bem, porque eu não a entendo muito bem. Prefiro Peeta. E não gosto do Gale. kkkkkkkkk'
E estou morrendo de saudades do Peeta *-*

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

The Four Loves


“Amar com o coração é ser vulnerável. Ame com tudo que você tem, e seu coração será esmagado e, muito provavelmente, quebrado. Se quer ter certeza que ele estará seguro, você não deve dar seu coração para ninguém, nem mesmo a um bichinho de estimação. Guarde-o bem encapado com passatempos e pequenas luxurias; evite qualquer envolvimento; tranque-o em segurança dentro do seu baú de egoísmo. Nesse baú – seguro, escuro, imóvel e sem ar – seu coração estará protegido. Ele não será quebrado; se tornará invencível, impenetrável e irredimível. A única alternativa a essa tragédia, ao temer dessa decisão, é a condenação. O único lugar fora do céu que você pode ficar a salvo de todos os perigos e perturbações do amor é o inferno.


- C.S.Lewis em “The Four Loves"


Tirinha: Gavin Aung Than

domingo, 3 de novembro de 2013

E que se fechem as cortinas.



De tudo que tenho o que não quero é olhar pra trás (porque sei que um dia vou olhar)
e sentir na boca o gosto do arrependimento pelo mal feito.
Pelo não dito.
Pelo não sentido.
Pelo não.
Apesar de aceitável em tantas situações, em muitas outras através dele me enrubesço e emudeço que meu coração pulsa a cada batida.

Então que, em todas as oportunidades que me caiba, eu sinta, diga e faça, na ordem que meu coração quiser.
Que eu sinta saudades
Que eu chore e grite
Que eu reclame e opine
Que eu expresse o meu amor
Quantas vezes forem necessárias, quanto tempo for preciso.

Que eu me livre das cargas pesadas do orgulho e do ressentimento,
Que meu peito flua leve como a brisa, mas composto de sentimentos verdadeiros e densos.

Porque o tempo passa e cada minuto perdido é uma chance que se vai.
E na contagem final, eu só preciso saber que eu pude me mostrar através da minha própria vida.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"a luz que a ilumina" - por Nicole Antunes



Corria,
ofegante.
Assoprava a fagulha da borracha,
moldava as letras
arrancando a si mesma.
Aquieta-te, menina,
e sente as dores do teu parto,
o filho é teu e pede calma
a tua alma de menina.

Não te escondas,
Não mais finja,
Chegou o tempo de permitir
o teu sentir.
Sente as dores do teu parto,
e escute o ranger da porta
chegou a sua parte torta, que grita:
- Admita que este teu lado também exista!

O teu peso é teu medo
A tua pedra no caminho.
Teu passado, teu fardo,
A consequência é o teu resguardo,
Mas a alma suplica
O relógio implica
A pressa não espera
e tudo ratifica:
Viva, menina,
Olhe a cima
E ai esta a luz que a ilumina.

                                    Nicole Antunes



OBS: ela é top, linda, diva, premiada (premiada mesmo, esta poesia foi publicada e exposta no FLICA 2013), e eu fiquei fã. kk' A poesia me justifica. (Valeu, Ênedy!)

sábado, 12 de outubro de 2013

Eu criança.



Hoje fui para a casa de tia Maria. Gosto do bolo de cenoura com chocolate que ela faz, e do ovo frito. Hoje no almoço ela não fez ovo frito, mas eu queria. Não fiz nada, só falei isso do meu jeito. Mas a mamãe achou feio e brigou comigo. Depois que comi tudo ela me olhou com aquela cara que eu não gosto e falou pra eu sair da mesa. Fui brincar de computador no quarto do tio e fechei a porta. A porta tinha uma chave grande, bonita, ai eu virei algumas vezes para ver como era, depois fui aperta os botões do computador, coisa que o tio nunca me deixava fazer porque achava que eu ia quebrar tudo.
Passou um tempinho e a mamãe veio atrás de mim, bateu na porta, fez barulho e depois parou. Passou um tempinho mais curto, e eu comecei a ouvir a voz dela  me chamando, mas não dava pra entender direito. Eu tentei abrir a porta, mas não deu. Então ouvi a voz dela do outro lado. É que da janela grande do quarto dava pra ver a outra janela grande que ficava na sala do apartamento. Tia Maria morava numa casa que ficava em cima de outras casas, bem no alto. E mamãe apareceu chorando na outra janela. Depois papai, tia Maria e Tio Carlos também apareceram. Eu quis ir pra perto deles, mas a porta não abria, então eu percebi que era só pular para a outra janela. Era um pouquinho longe, tinha um buraco no meio, mas eu acho que dava. Que nem o coelho fazia no desenho. 
Falei isso para a mamãe, mas ela chorou mais. Papai disse que não, e ela repetiu. Voltaram a bater na porta e eu fiquei confusa... era só pular e pronto! Eu costumava pular na escolinha pra pegar o lanche do coleguinha quando ele tentava pegar de volta. Mamãe ficou conversando comigo para tentar me distrair, eu acho. Estava começando a ficar chato, até que veio a melhor parte. 
Começou a vir da rua um barulho alto, de polícia e de repente vários homens com uma roupa engraçada apareceram lá embaixo e na janela da sala. Mamãe ficou conversando com eles alguma coisa q eu não entendi. Ai eles armaram uma coisa bem grande, parecia uma vara gigante e  foram empurrando da janela da sala até bater na janela do quarto. Depois colocaram umas cordas e o homem grande veio por ela e chegou no quarto do computador, falou comigo rapidinho e abriu a porta. Eu não sei como ele conseguiu, porque eu tentei várias vezes e não consegui abrir. Mamãe veio correndo e me abraçou, chorando, chorando, chorando, que nem eu choro quando o papai me dá uma surra se eu quebro algum vaso da sala.

Foi um dia legal, mas seria mais divertido se eu tivesse pulado.

*Baseado em fatos reais... eu devia ter uns dois anos. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Post Flash - A bela e a fera.


Acho que fui eu mesma que já disse uma vez que a beleza “está no coração de quem sente”
O tempo passou, e eu continuo acreditando nisso.

Entender é fácil pra mim: basta me olhar no espelho.
Porque passada a fase “coisinha fofa da mamãe” o reflexo pode causar efeitos que vão da admiração ao espanto e até mesmo à indiferença. Lembro de crescer sem me importar muito com o fato de não ser a garota mais bonita da turma, apesar de me sentir sozinha às vezes (porque o patinho feio sempre tem que andar sozinho?).

Na igreja sempre fui a “nora perfeita”, mas isso tinha muito pouco a ver com a minha beleza (ou a falta dela). Ser uma adolescente comportada e educada causa uma impressão e tanto, já que nessa idade qualidades como essas são cada vez mais raras. E meus pais me ajudavam bastante nesse quesito de chamar a atenção dos outros, é verdade. Até mesmo quando tudo o que eu queria era não chamar a atenção de ninguém.

Cresci mais um pouco e fui para faculdade. A novidade? Lá, aparentemente, eu tinha recebido o status de “gatinha”. Meu pai se tornou o “sogrão” dos rapazes da turma, e eu fui obrigada a ouvir piadinhas em forma de cantadas de vez em quando. Apesar de na minha cabeça as coisas continuarem as mesmas, a quantidade de elogios se tornou mais irritante do que agradável. Pra mim, o espelho ainda não revelava nada demais.
E demorou muito até que acontecesse. 

Me arrumar, vestir uma roupa bonita, pentear direito os cabelos e usar maquiagem foram ações que ganharam significados diferentes ao longo do tempo, mas nunca fiz nada para que enfim reparassem em mim. Não adiantaria, assim como nunca adiantou, chamar a atenção dos outros em relação à minha “beleza” se eu não desse o mínimo crédito a ela. Talvez por isso sempre me senti mais lisonjeada ao receber elogios que se referissem à minha inteligência, educação ou qualquer outra coisa que não pudesse ser reparada somente à primeira vista. Não que eu me conformasse em pensar assim. Houve mesmo o tempo em que tudo o que eu queria era ser diferente dos demais, especial em algum aspecto.
Mas o tempo passa e a gente cansa de tentar ser outra coisa além de si mesmo.

Foi quando descobri o quanto me sinto bem (e bonita) em situações especiais... para ser mais específica, diante de pessoas especiais. É involuntário, mas muito evidente. 
Dependendo dos olhos de quem me vê, não me permito ter motivos para me maquiar ou esconder os meus defeitos, literal e figuradamente. 

Eu realmente gosto disso.

sábado, 24 de agosto de 2013

Chata sem galocha.



A pose de boa moça e fofura plena é puro disfarce, vou logo confessando.
Sou boa moça, sim, mas de um jeito todo meu. As besteiras que penso e falo são só minhas e não é todo mundo que entende. Quando quero irritar, sou ótima! Quando quero ser cínica, melhor ainda. Algumas vezes prefiro fingir que não entendi a ter que esboçar minha opinião, mesmo que isso me custe fazer o papel de boba. Tanto faz, sempre gostei mais de ser vítima a ser vilã. De qualquer forma, não sou uma vítima pacifista. Posso até me dar mal, mas vão me ouvir meu burburinho (e se incomodar bastante com ele). Até porque o verbo "incomodar" é um dos que conjugo melhor. Sou chata, principalmente quando me esforço para isso, e tenho muitas, muitas manhas. É quem sou!

A pose de boa moça e fofura plena não é pura pose, é a minha tentativa de ser melhor.
Porque sei dos meus defeitos e prefiro não os aceitar passivamente. Me esforço para fazer feliz a quem eu amo, e para amá-los da forma que merecem. Tento ser um pouquinho mais parecida com o que a Bíblia me orienta ser, mesmo que não seja das tarefas a mais fácil. Tenho minhas convicções, minhas certezas. Elas que me formam e me direcionam, e me afastar dessa Verdade sempre acaba me custando muito. Mesmo sendo boba, chata, barulhenta, e quase quase insuportável (as vezes minhas reações expõem as bagunças que sinto, quando não consigo disfarçar), lá fundo tudo o que quero é fazer o certo. Não é fácil, talvez estranho, mas é quem eu sou.

(A graça é a dúvida de quem é. Pra mim é só batalha diária mesmo.)

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Coração de Maria




Foi mesmo ontem que a vi pela última vez. Nem faz muito tempo. Ou não parece que faz. Foi naquele dia em que vi de longe o sorrisinho amarelo, que de tão tímido me encantava. Apesar dos pesares ainda sorria a minha Maria. Tinha mais força do que eu, do que o mundo, e no fim era ela quem me dava força também.
Lembro do cheirinho de doce de leite que ela tinha e do brilho empolgante nos olhinhos arregalados pela surpresa do presente. Faltavam poucos dias até que fizesse aniversário, e eu resolvi me adiantar de vez. Qualquer coisa pra fazer sorrir minha Maria.

Abriu o pacote com cuidado, sem rasgar nem um pouquinho do embrulho e quando enfim o desfez soltou um gritinho animado enquanto me abraçava com força. Seus bracinhos finos e miúdos mal me alcançavam, mas me acalentavam o calor de um universo inteiro. Saiu correndo e voltou vestindo o presente que acabara de receber.
Acho que vi o desenho do vestido em sonho, dessa parte não me lembro bem. Mas sei que o pedi assim, carregado de flores e rendado de esperança, para realçar o brilho da cor de terra viva da minha menina. Com toda sua beleza pequenina ela girava e girava, enquanto ignorava os apelos da mãe para que tomasse cuidado para não sujar a roupa nova. A cada giro ela dizia "obrigada, tia!" e não podia me ouvir responder "eu é que sou grata a você, minha Maria!"
Mas foi depois do sonho cândido que se seguiu o futuro descabido.
Enquanto saia, ainda sorrindo e abanando os bracinhos, deu, sem ter sequer o direito de saber, aquele que seria o seu último adeus. Ainda me pesa pensar no acontecido, e não consigo imaginar como possa ter se ocorrido tamanha atrocidade.
Num fim de tarde infeliz, meu anjinho virou alvo do destino cruel e sentiu no peito a dor miserável de uma vingança que não lhe cabia. E era tão pequenino o peito de minha Maria. Onde só havia mesmo espaço para amar e retribuir seus amores, de repente passou a jorrar o sangue que agora escorre em minhas mãos.
E o tanto que corri, o tanto que orei, clamei, implorei por misericórdia. Se fez mudo o meu grito em meio ao silêncio de minha menina. O quanto doía, o quanto corroia, e fazia chorar, eu mal percebia.
Amaldiçoei o mundo, condenei ao inferno o infeliz que numa alucinação diabólica arrancou do mundo a vida mais pura que existia. E no meu peito havia ainda a dor que sentiu minha Maria, ao vê-la tão fria e ainda serena no leito florido em nossa casa. E só o que eu via era minha flor, que nem a morte tirava o perfume e a beleza, que continua tão viva em minha mente.

E lá se foi minha menina, meu tesouro, se guardar no canto simples onde se fez escrito "AQUI JAZ MEU CORAÇÃO".

OBS: Texto feito para o blog "Poetas no Divã", mas em homenagem à pequena Maria Heloise, que teve sua vida tão bruscamente tirada no começo deste mês. Senti a dor da família, as lágrimas dos amigos e de todo mundo que a amava... "o mundo não vale o mundo", é o que dizem, e pode até ser verdade. Mas ainda me sustento - e tento dar o mesmo consolo aos outros - em que criou tudo isso, sempre, até Quem o momento do "reset" chegue.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Tudo o que eu tenho - Por Bruna Vieira

Eu tenho uma casa que falta móveis e vive bagunçada – mesmo que eu passe a madrugada arrumando. Tenho um caderno de anotações na cama que me faz companhia toda noite. Quando eu penso-penso-penso e não entendo, pego a caneta, tiro a tampa com a boca e escrevo. A maior parte das coisas é bobagem. Algumas delas eu deveria tratar em terapia. O resto, meu bem, só alguém que eu ainda não conheço entenderia.
Eu tenho uma penca de amores não resolvidos e pratos para lavar. Mas acho que eu gosto um pouquinho desse sentimento de pendência que ocupa e preenche aquele velho vazio. Meus textos não seriam meus textos sem meus dramas, então, não me desfaço deles tão rápido facilmente. Lidar com a dor é algo que me faz sentir viva. Mesmo que isso quase me mate.
Eu tenho uma família linda, dentes retinhos como eu sempre quis e um monte de história para contar. Meu cabelo cresceu, eu atravessei o oceano algumas vezes e deixei de lado aquela vergonha do meu próprio corpo. Às vezes eu ainda digo bobagens e sou contraditória, guardo umas mágoas bestas, mas Deus me livre de ser sempre tão correta.
Eu tenho uma estante na sala cheia de livros que ainda não li, mas sempre que vou a livraria, não resisto, compro mais três. Acho que é porque eu gosto de saber que existem novos títulos ali, me esperando, para quando eu estiver pronta para cada um deles. Porque eles me entendem e esperam. Porque eles não vão fugir.
Eu tenho um monte de sonhos que sonhei sozinha e agora quero realizar com alguém. Tenho também um monte de emails não lidos, ligações não atendidas e coisas para resolver na rua. Coisas que só dependem de mim, mas eu ando precisando de um tempo. Porque essa pressão tem deixado meu corpo no automático e minha alma no silencioso.
Eu tenho uma gaiola de costelas que protegem o meu coração. É tão frágil. Se eu estiver distraída com os fones, um ônibus pode me atropelar. Ou eu simplesmente posso atravessar a rua e me apaixonar por um cara misterioso que não dá a mínima para o que sinto. Não existe nenhuma garantia. Quando é que eu assinei esse contrato? As letras miúdas diziam que a felicidade é uma questão de ponto de vista, mas eu não sei direito se consigo alcançar.

Bruna Vieira é a criadora (e agora tão famosa) do blog Depois dos Quinze. Não é a primeira vez que ela aparece aqui... é, gosto do que ela escreve! kk'

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Lições Sonoras - Não Fale (Os Arrais com Daniela Araújo)


 


Não fale que O conhece se O esquece em cada esquina,
Não fale que O encontra nas suas ondas de fé e não na Palavra, não na Palavra.
Que falta hoje é fé na Palavra, que muda quem eu sou não deixa nada,
Amando o que é de Deus deixando o mal que tanto amei.

Pois se tenho a Cristo tenho a Verdade, sim,
No "assim diz o Senhor" e não no "eu acho que..."

Não fale que O conhece se O esquece em cada esquina,
Não fale que O encontra nas suas ondas de fé e não na Palavra, não na Palavra.
Que mais há hoje é graça sem juízo, que traga amor e paz sem compromisso,
Seguindo tradições de homens não de Cristo.

Pois se tenho a Cristo tenho a verdade, sim,
No "assim diz o Senhor" e não no "eu sinto que..."

Não fale que O conhece se O esquece em cada esquina,
Não fale que O encontra nas suas ondas de fé e não na Palavra, não na Palavra.

OBS: O título correto seria "Lapadas Sonoras", mas eu tenho que seguir o protocolo da tag. A música é linda, Os Arrais são lindos, Dani é linda, e é tudo muito verdade. Que eu nunca me esqueça disso.

OBS 2: Muito amor por Stopmotion! :)

segunda-feira, 8 de julho de 2013

No Mundo da Luna


Tudo bem, não sou tão velha mas já passei da fase de imaginar as coisas fantasiosas.

Sei que o mundo que tenho pra viver (pelo menos por enquanto) é mesmo este, e é nele que vou ter de
encarar os desafios - aqueles que me impõem e os eu que eu mesma me faço cumprir.
Sei que a pessoa perfeita que eu gostaria de ser não existe, mas que em compensação existiu alguém que se dispôs a me dar uma chance. E uma das poucas certezas que tenho é de que ou é essa a chance na qual me agarro, ou nada do que eu faça terá resultado verdadeiro.
Sei portanto que não posso esperar perfeição das pessoas. E que de que fardo essa conclusão me livrou!
Acredite ou não, passei a enxergar atos de sucesso em situações que pra muita gente é coisa boba... aprendi a valorizar meus amigos da forma que merecem, mas sem cobrar coisas que não podem me dar. Acontece com gente que é naturalmente incrível, sem muito esforço.
Sei que o tempo passa rápido, mas passa do jeito certo. No fim das contas o Regulador cuida para que tudo acabe exatamente do jeito que tem que ser... então pra quê pressa boba? 
Apesar de ser sempre pragmática e me antecipar nas agonias da vida, lá no fundo a exclamação me alerta de que tudo que era para ser foi. O futuro a mim não cabe, nem que eu me permita sofrer um pouquinho por ele.
Porque mesmo sem saber o que vem por aí, ainda me permito sonhar...
Os sonhos que foram feitos para ficar na minha cabeça;
Os sonhos de gente que sonha bem mais bonito que eu (e que eu tento fazer o que posso para colaborar);
Os sonhos que vão me servir de alguma coisa lá na frente
e o sonho que me persegue e me guia: o de ser feliz e acabar assim, sendo assim, pela eternidade que espero.

Fantasia é coisa que ninguém mais entende, sonho também, perfeição também.
Então me deixa viver com os pés no chão e a cabeça na lua...
Numa lua bem mais real do que você possa imaginar.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

;)


Foi depois de anos de conselhos e sugestões, depois até do carinho, do pedido e do beijo.
Naquele dia em que você me olhou assim, daquele jeito predileto meu, e que eu desmoronei. 
Não me pergunte os maiores detalhes, ou como fui reparar que tinha sido assim. 
"A gente não faz ideia de como mudou até que a mudança já tenha acontecido"*
E aconteceu assim, meio sem quê, meio sem jeito, mas do jeito certo pra me fazer cair... em mim.

E não foi como se todas aquelas músicas bregas fizessem sentido. No fim elas fazem tudo, menos explicar o que sinto quando te vejo. Lá no fundo me parece tudo tão igual... o mesmo gosto em fazer piada das coisas que te deixam encabulado (mas bem de leve, se não eu fico encabulada também), e a graça de me fazer de lerda propositalmente - sqn - pra te fazer sorrir. A mesma felicidade em te ver de longe, no lugar de sempre na rodoviária. A mesma intensão de viver contigo pra sempre, de um jeito ou de outro.
Mas mudou. E foi mesmo sem jeito, se não não seria jeito nosso.
Foi quando olhar pra você - e te ver olhando pra mim - se tornou um dos meus passatempos prediletos. Quando ficar assim do seu lado, em silêncio mesmo, passou a ser o programa perfeito para um fim de semana. Quando sei lá porque do seu lado eu me sinto a pessoa mais linda do mundo, colocando a cara na rua sem nem um pouquinho de maquiagem! Quando a saudade, nossa companheira de longa data, deixou de só doer e passou a fazer companhia no meu dia a dia e minuto a minuto.

A parte de te amar não é novidade, nem pra mim, nem pra você, nem pra ninguém (talvez para uma única pessoa).
A novidade é te amar assim, desse jeito que eu duvido que alguém adivinhe, justamente por que eu nunca vou ser capaz de explicar. Porque eu te amo amando, e só. E por amar quero você pra vida inteira, seja no agito de um transito em fúria ou no tédio de uma cidadezinha chata.

E mesmo que seja cedo demais, mesmo que seja novo... adianta mesmo fazer segredo da bendita certeza que me afeta?

E sejam feitas as provas, que se revire o mundo, que seja visto no que vai dar.
No fim das contas o final do texto é sempre igual: B³, meu amor. Eu te amo!



*extraído de "O Diário de Anne Frank"

terça-feira, 25 de junho de 2013

bum...


Não é definido, nem definitivo. Mas acontece.

A mente aborta todos os bons fluidos e dá a luz a milhares de interrogações desconexas sem nenhum sentido, que emaranham tudo num bolo de confusões e angústia. É acontece.

E não é como se a vida não estivesse boa. A vida é boa por ser vida, qualquer coisa além dela não seria possível. Então não é assim. É só aquela fase de transição em que você quer que TUDO aconteça ao mesmo tempo, do jeito, da forma e no movimento que você mais deseja  e anseia, como se todos os outros fatores relevantes não passassem de pedra de tropeço.

E é tudo tão obtuso que um paragrafo como esse só entende por quem passa ou já passou por isso.
Tudo bem.

Sei que lá no fundo a confusão é faísca que saem de olhos que se abriram mais um pouco. Como se mais um pedacinho do mundo fosse redescoberto, mas não como se isso fosse necessariamente bom. Mas, sabe como é, simplesmente acontece. E tem que acontecer.

Achei que a essa altura já não precisasse passas pelas mesmas crises dos 16, mas achar qualquer coisa ultimamente não tem me valido de nada.

E a minha mais sincera vontade é fechar os olhos e me entregar às surpresas do dia a dia.
Só que falta confiança em contra mão da vontade. Sei do que posso, só não sei se serve.

Mas, eu sei, vai acontecer.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Encontro



Um nó, dois nós
Eu, mais um ou mais, um ser simplesmente
O eu poético do verdadeiro encontro
Nó, no plural, nós
Se o nó é na garganta e um de nós aflito
O outro sossegado, erudito, tem o antídoto
E assim, sucessiva, alternada
E alternativamente, amigos
Do saber, no lazer, no ócio e no labor
Buscando o equilíbrio, temperante
Dás-me que dou todo meu ser
Todo meu querer ser
Todo ouvido, havendo ouvido
E por seus conteúdos movido
Cada indivíduo vai e ver vir ávido dizer...
Conte comigo!
Práxis edificante


OBS: aquele pedacinho da música de Oficina, sabe?! Me apaixonei pelo que eu suponho que seja Pernambucano Locutor! kkkk'

terça-feira, 7 de maio de 2013

Enjoadinha


Controle em tentar entender que nada te satisfaz (nem o mais satisfatório) pelo simples fato de que, nesse momento, você perde o controle se se entregar aos seus hormônios.
E por toda a vontade de jogar tudo pro ar, você fecha os olhos, respira baixinho e lembra do que importa. De quem importa. E você importa.
E, ainda assim, ainda existem as malditas situações em que tudo importa muito pouco.
E se permitir abrir a boca, soltar o verbo, franzir a testa, fechar o tempo.
Sem nem ao menos sentir muito, se arrepender.

Mas você não é assim.

A situação que te faz.
Seu corpo sem controle te faz.
Sua intuição desregulada te leva... até onde?

Tenta lembrar de novo. Foco, espírito.
Porque é difícil, e as vezes fica ainda mais.
Ouvir sair de sua boca palavras que você sequer tem certeza de que se cumprirão.
Ouvir de sua mente aquilo tudo o que está por acontecer.

Respira, medita. Coloca a cabeça no lugar. Mas agora não.

Mas no fim tudo passa, tudo acaba. Você volta a si dando adeus às letrinhas insuportáveis...
TPM.



segunda-feira, 6 de maio de 2013

Enjoadinho





Filhos...  Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos?  Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinícius de Moraes

terça-feira, 9 de abril de 2013

Manual PNR sobre Como "entender" as Mulheres




Entendam muito bem as apas no título do manual. Eu, como mulher que sou, creio que seja complicado deixar a palavra "entender" na sua ampla classificação denominar o objetivo deste texto. Sou mulher e em boa parte do tempo não sou capaz de me entender com exata clareza, pelo menos até o momento em que aceito ser essa uma missão impossível. 
Por isso vou me dedicar a explicar a você, caro homem confuso e perdido entre as peripécias femininas, e você, mulher que ainda se enrola em meio ao mundarel de sentimentos, sentidos e surtadas que lhe afligem. Porque as mulheres NÃO são todas iguais... nem poderiam ser.


1. As mulheres também  não entendem a si mesmas.

É um problema comum, até porque se isso não fosse verdade, nós mesmas não sofreríamos tanto e tantas vezes por motivos que são realmente ridículos. Pode ser difícil de aceitar, mas não temos nossas crises por pura maldade ou charminho. Na hora, no momento, é tudo tão intenso que, a menos que ela seja do tipo super reservada e auto contida ou que tenha consciência de que é um fator passageiro, ela vai pirar SIM e chorar, espernear e sofrer pelo motivo mais bobo do mundo. A lógica no momento também é muito clara e indiscutível. Então brigar adianta muito, muito pouco... deixa passar o tempo. A menos que a Dona Moça tenha menos de 16 anos ou sofra de "síndrome da menininha mimada" (existe isso, inventei agora...), ela vai acabar se tocando que exagerou e voltar atrás.
OBS: Entendo que para os rapazes seja complicado aturar às vezes... mas aí eu não tenho conselhos a dar. "Boa sorte!" é tudo que posso lhes desejar!


2. Existem coisinhas biológicas chamadas HORMÔNIOS

Opa, rapazes... vocês também tem os seus. Acho engraçado como eles agem, pelo menos à primeira vista, de forma tão diferente. Vamos nos ater aos femininos. Graças a eles, vivemos, durante o breve período de um mês, fases que nos transformam: da mais carinhosa das namoradas até a mais insuportável das inimigas. E nem estou falando só de TPM. É, existe muita coisa além disso... a fase "grudentinha" em que a carência atinge seu nível máximo; a fase depressiva em que o mundo é horrível, a vida não se basta, não tenho roupas no guarda roupa e o cabelo não fica no lugar certo; a fase feminista, em que ela se basta para ganhar a galáxia (vish, ninguém segura...); e, claro, a fase INSUPORTÁVEL (pra todos, inclusive para quem passa) da TPM em que um simples esbarro pode desencadear no relançamento da bomba nuclear de Hiroshima.
Espero que tenha ficado claro... A CULPA É DOS HORMÔNIOS. Se os rapazes justificam tanta coisa com essa mesma desculpa, somos obrigadas a fazer o mesmo. É complicado demais de controlar, e existe um domínio próprio e uma natureza tão divinamente controlada que deveria ser absolutamente perdoável voltar atrás de certas besteiras feitas. Na verdade a lei tem uma brecha para mulheres que cometem assassinato e conseguem provar que estão realmente de TPM Então, se puder relevar (muito amor), faça esse favor ao mundo. Ser mulher nunca foi fácil, e a dificuldade começa de dentro.


3. Ser mulher é mais difícil.

Ser homem não é exatamente fácil, mas é mais simples de relevar as burradas deles do que delas. Pura imposição da sociedade. No mais, as mulheres para serem (se sentirem) lindas e poderosas devem cumprir rituais de beleza e auto confiança que são realmente trabalhosos e cansativos.
Tem noção do que é passar uma vida inteira no salão arrumando cabelo, sobrancelha, unhas, fazendo depilação, dietas, receitas de auto controle, além de se multiplicar em cuidar das crianças, do trabalho, do marido e da casa?? Não, não tem mundo moderno que resolva.
Daí já se explica metade do próximo tópico


4. Mulheres pensam muito mais que os homens

Não preciso de estudo para comprovar o que estou falando. É óbvio, evidente. Dois pontos aos homens por conseguirem estar com mil problemas para resolver, e mesmo assim conseguir sair à noite para espairecer e fugir um pouco dos problemas. Isso deve fazer muito bem à saúde... mas não são todas as mulheres que conseguem a mesma proeza. Claro, devo repetir que nem todas as mulheres são iguais, mas em sua maioria elas tem a tendencia de levarem os problemas para onde forem. Então, se de repente ela ficar triste no meio de uma festa ou comemoração assim, do nada, é porque ela talvez precise de ajuda para resolver alguma coisa.
Aliás, não ajuda muito mandar ela esquecer... ela não esquece! Pode até deixar aquele branco displicente, mas num dado momento alguma coisa vai fazer o alarme acender e ai "PUM" tudo vem à tona. Para mim é um dos aspectos mais irritantes (sim, eu faço isso mesmo não gostando)... se você a 100 anos atrás olhou para alguma outra mulher de um jeito diferente e ela ficou ressentida, mesmo que nunca mais tenha feito isso na vida, uma hora ela pode acabar se lembrando disso e te torturar mais uma vez. É que ferida de mulher não cicatriza, estanca. Qualquer coisinha pode fazer doer denovo e aí...
Não tenho conselhos (denovo), mas pelo menos tenta entender, vai.


5. Mulheres precisam de muito mais do que o dinheiro compra... somos feitas de carinho

Claro, claro. Existem as fúteis que matam e morrem por um jogador de futebol rico. Mas no fim somos todas eternos poços de necessidade de carinho e atenção. Mulher pode estar mergulhada numa piscina de tomates diamantes, tomando suas cidras e champanhes importados, se ela não tiver algum carinho que a faça se sentir amada isso vai valer de quase nada.
Falo isso com muita convicção. Estou nem aí se uma mulher dessas bem resolvidas e modernas, que tem total controle sobre seu corpo e seus sentimentos ler uma coisa dessas e achar ruim... perder o controle é coisa de natureza, meu bem. Uma hora você chega lá.
Amor é bom, carinho é uma delícia, e sentir que outra pessoa te dá um sentido especial é uma das melhores coisas dessa vida. Melhor aceitar isso (homens e mulheres).
E tanto faz... vão descobrir mais cedo ou mais tarde.


6. Somos apaixonantes.

Ouse negar... no fim das contas algum motivo faz valer a pena correr todos os níveis, obstáculos e fases por uma mulher realmente legal. Quanto a isso não há explicação. Deve ser por essa coisa de sermos feitas de carinho... uma hora qualquer um se rende. Então não, não resista a isso, caro homem. Vai ser melhor para todo mundo.


[EXTRA] 7. Bem-aventurado o cara que descobre como aceitar tudo isso e utilizar ao seu favor

Ainda bem que é difícil. Por que uma vez conseguindo dominar pelo menos a parte básica do assunto, o rapaz consegue convencer quase que qualquer mulher e pode utilizar seus poderes para o mal.
É, parece coisa de filme do 007. É, parece. Mas eu juro que já vi...
Não é que todas as mulheres são iguais, mas considerando o 5º quesito e ganhando a confiança ao relevar os demais, o cara acaba descobrindo a combinação secreta.
De qualquer forma, se você gosta de alguma mocinha em especial, aconselho correr atrás dessa fórmula (sem ser besta... é, cara muito bobo não convence ninguém. ATITUDE, irmão!). Porque essas coisas utilizadas pro bem fazem o cara valer muito mais que os heróis da Marvel, a Liga da Justiça e os X-Men juntos. Ao infinito e além.


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Futuro mais-que-passado. Presente!


Não haveria presente melhor do que te ter presente.
E é presenciando sua alegria a receber este presente
que faço que tenhas uma noção
do quão feliz eu sou por ter sua presença em minha presente vida.
Mesmo que a sua presença se apresente em parte de meu pretérito
Mesmo que o futuro me apresente mais da tua presença
Eu só quero que entendas: sou feliz contigo em qualquer tempo verbal.
E mesmo que a gramática em apresente a inexistência de um presente
Ou mesmo de um futuro mais-que-perfeito
Sei o que presencio quando estamos juntos.
Seja perto ou longe: é um tempo que me deixa satisfeito.




OBS: O presente? Um moleskini. kkkk' Coisa que eu sempre pedi pra todo mundo, durante muito tempo, e que ele me deu assim, de surpresa. O problema é que eu não sei do que gostei mais - se do presente ou do texto que tem dentro dele.
Porque ele sempre foi esse tipo de pessoas que eu, estando em tantos lugares por ai como já estive, nunca encontrei em lugar nenhum. Sempre foi minha surpresa, minha sorte. Sempre, desde que nos aproximamos. É complicado explicar, mas é bem simples sentir.
É aquele tipo de pessoa especial, mas tão especial, que só de lembrar faz os olhos se encherem de lágrimas, de carinho, de saudade... e de amor. No fim acabei descobrindo que me sinto especial por ter você comigo.
A vida tem essas surpresas, é bem verdade. Mas começo a achar que sempre soube.

O mundo precisa saber: você me faz muito muito muito feliz!
E claro que não estamos falando de amor, está muito cedo pra isso, mas... eu te amo, Ênedy!

sábado, 23 de março de 2013

É pra ouvir... Lost For Words (Pink Floyd)





"Eu estava gastando o meu tempo mau-humorado,
Fui pego num turbilhão de ódio,
Me senti perseguido e paralisado.
Pensei tudo o mais iria simplesmente esperar.
Enquanto você está desperdiçando tempo com inimigos,
Mergulhado em uma febre de rancor,
Para além de sua estreita visão, a realidade vai desaparecendo,
Como sombras na noite.

Se martirizar por prudência,
Não vai ajudar em nada,
Porque não haverá segurança em números,
Quando o Certo sair pela porta."



OBS: Não, não é só a letra ou a voz e guitarra deliciosas de Gilmour.  Nha, na verdade é sim Olha só pra isso... me diz: como não amar? Sabe pra quê isso serve? Pra entender que Pink Floyd não é só "The Dark Side of the Moon" e "The Wall" (apesar de serem meus álbuns prediletos - porque afinal são absolutamente conceituais). PF é excepcional por essência. Não desfrutar dos outros albuns é perder MUITA coisa... como uma coisa linda dessas, do álbum "The Division Bell". (último cd da banda, segundo sem Warters, que é o que me dá a impressão de que Gilmour quis continuar compensando a falta fazendo solos lindos e maravilhosos, como em "Marooned" e "Coming Back to Life", para minha alegria!!).

OBS2:  Adjetivos que tem a primeira letra em maiúsculo só significam uma coisa pra mim.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Lições Sonoras - Eles precisam saber (Resgate)




Eles só querem saber como é possível viver
Só querem aprender pra poder decidir
Eles só querem entender
Eles só querem sentir a fé que pode existir
Que podem descansar, que podem esperar
E não desfalecer

Alguém precisa falar, eles precisam saber
Que não se vende fé
Saber que Deus não é o que se vê na TV
E eles precisam ouvir só o que Deus quer dizer
Será que ninguém vê que é preciso amar
Eles precisam saber

E eles precisam saber o que é a graça de Deus
Que aquilo que Deus faz, aquilo que Deus tem
Não se pode comprar
Eles precisam saber que Deus pode se mover
Por aquilo que são, por compaixão
E não pelo o que podem dar

Alguém precisa dizer, alguém precisa pregar
Que Ele veio pagar, que Ele veio morrer
Pra que possam viver
Eles precisam de amor, eles precisam ver
Que a inocência traz o risco de pagar
Pelo o que não vão ter

Eles precisam de Deus, eles precisam de paz
Eles não querem pais, não querem faraós
Nem um capataz
Eles precisam saber que agora podem pensar
Que aquilo que Deus vê,
O pregador não vê, o predador não dá

Eles precisam de Deus, eles precisam de mais
Eles não podem ver, eles precisam luz
Precisam enxergar
Eles precisam andar, precisam se libertar
Eles só querem Deus, eles só querem paz
Eles só querem amar

Eles precisam saber que eles não são de ninguém
Que ninguém pode dar e nem manipular
Aquilo que Deus tem
Precisam ver o céu, precisam ver a cruz
Precisam se entregar,
Precisam confessar o Nome de Jesus



OBS: Precisa comentar?

terça-feira, 19 de março de 2013

"Seu filho, hoje homem, ontem menino" por Felipe Valente


"No sábado estive na casa de um casal de amigos (Ricardo e Vívian) e lá encontrei seus filhos. Normalmente, diante de uma criança, vem a vontade de fazer alguma festinha, reproduzir vozes estranhas, brincar de jogar pro alto, fazer cócegas, etc...e geralmente elas acabam gostando de alguma dessas bobagens, senão todas...rs. O que sempre passa desapercebido é o "efeito rebote", pois no final das contas quem precisa do estímulo sou eu. No fundo, percebo minhas reações e melancolicamente sinto uma vontade imensa de não ser quem sou. 

Seu eu não fosse gente grande, atrairia pessoas com um simples sorriso. Seria capaz de ver graça nas coisas triviais, de me conter com pipa, linha e vento. Correria desengonçadamente e de olhos fechados, sem medo de cair. 

Veria meus pais batendo as palmas das mãos, me chamando pra pular e, sem medo da queda, eu pularia...o problema é que sou adulto, pondero tudo, analiso as circunstâncias, meço a capacidade dos meus pais e, infelizmente, os subestimo. A mania de adulto me faz crer que os pais não têm a mesma força de antes. Em virtude de me ver neles e eles em mim, chego a infeliz e equivocada conclusão que há uma relação direta de proporcionalidade entre ser adulto e ser fraco.

Se eu não fosse adulto, não seria consumido pela ansiedade de realizar, pela neurose do ter ou pelo cansaço do querer sem poder. Sentaria no chão sem "modos", me apresentaria sem rótulos e não daria confiança ao que não interessa. Beijaria as menininhas com pureza, seria namoradinho de muitas sem perder a inocência. Viveria em função de dois chinelos para marcar as traves, de uma rua sem muito movimento de carros para ser meu campo oficial e de uma bola de futebol, pois para meninos, ter uma bola pra chutar significa exatamente "ter o mundo aos seus pés".

Sujaria as melhores roupas brincando, comeria uma maçã que acabou de cair no chão e lambuzaria a cara inteira chupando manga...tudo isso livre de constrangimentos. Não teria medo de me expor ou de parecer ridículo. Não teria receio de chorar na frente de quem fosse e, na mesma proporção, de rir imediatamente após.

Dentro de mim convivem os dois, homem e menino. Às vezes, como que num rompante de inexplicável felicidade, acorda o menino. Quase sempre, como que numa constante de realidade, não dorme o homem.

Ah Paizinho...me ensina a ser criança novamente. Me livra dessa mania horrível de querer ser grande.

Seu filho, hoje homem, ontem menino"


OBS: Gosto de muitos "artistas" por aí, é bem verdade, mas poucos deles me inspiram como Felipe Valente. Não sei bem como se explica esse tipo de coisa, mas é como se houvesse um tom diferente em tudo o que ele faz. Como se as letras, as notas, o timbre, tudo transmitisse uma paz e alguma outra coisa diferente que o diferencia. Não foi nem uma ou duas vezes que ouvi uma música ou li um texto que gostei muito para depois descobrir que eram de autoria dele (é incrível como as minhas eleitas melhores de Leonardo Gonçalves são quase sempre assinadas por ele!). 
Me controlo muito nesse aspecto. Não o conheço e sei muito pouco na sua vida para ousar admirar uma figura que idealizo. Ainda assim, seja lá por qual motivo for, leio um texto como esse - tão simples e tão íntimo a qualquer um que o leia - e reafirmo esse sentimento. A admiração por esse talento de traduzir sensações e transmiti-las dessa forma que tão poucos são capazes.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Amor Amigo.



"Quero ser o teu amor amigo. Nem demais e nem de menos. Nem tão longe e nem tão perto. Na medida mais precisa que eu puder. Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida, da maneira mais discreta que eu souber. Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar. Sem forçar tua vontade. Sem falar, quando for hora de calar. E sem calar, quando for hora de falar. Nem ausente, nem presente por demais. Simplesmente, calmamente, ser-te paz. É bonito ser amor amigo, mas confesso é tão difícil aprender! E por isso eu te suplico paciência. Vou encher este teu rosto de lembranças, Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias..."

Fernando Pessoa

OBS: Porquê será que vejo um sentindo um tanto quanto mais autêntico no texto agora?! kkkkk'

terça-feira, 12 de março de 2013

A flor e o elo.

(Se quiser, experimente ouvir enquanto lê! :)




Era pequena a flor que reluzia na cúpula de vidro. Separada das demais, era no fim das contas igual a todas as outras. De espécie simples, dessas cultivadas em qualquer jardim, era ainda mais mirrada e de aparência quase murcha. Ainda assim foi eleita para servir a um propósito: o de receber o anel dourado e assim honrar os que a cultivaram.

Eles eram um casal simpático, que tinham sempre um sorriso no rosto, e mundialmente conhecidos pelos jardins luxuosos que cultivavam. Haviam espécimes raras de rosas, lírios, orquídeas, das mais diversas cores, tamanhos e perfumes. De tão maravilhosas, enchiam os olhos de quem delas se aproximasse. Seus canteiros eram visitados por cientistas, botânicos e outros tantos curiosos. Ninguém em nenhum outro lugar do mundo conseguia produzir plantas tão vistosas, robustas e capazes de render frutos tão encorpados.

Porém, ainda antes que tudo isso se tornasse possível, o casal em começo de carreira cultivava no pequeno jardim de sua casa as primeiras flores de sua produção. Eram produzidas com todo cuidado e atenção e vendidas nas primeiras horas do dia na feirinha do bairro onde moravam. Haviam bons fregueses que admiravam suas rosas e petúnias, e aquilo já os enchia de orgulho. Chegou até eles então uma nobre senhora que, ao ver as flores trazidas por sua ajudante, se interessou em se associar ao casal. Botânica formada, ela vira neles uma chance de sucesso e resolveu financiar a produção, a ponto de que se tornasse de fato profissional. E os dois não poderiam esperar oportunidade melhor! Poder seguir a vida fazendo o que amavam fazer! E então fecharam o contrato.

Foi nesse momento que ela, a jovem jardineira, fez um pedido ao esposo. Queria que escolhessem dentre as sementes simples que ainda tinham uma que fosse plantada, tradada com carinho, e estivesse com eles durante toda a nova trajetória. E então o fizeram, procuraram uma semente que tivesse algum detalhe que a tornasse especial, que os lembrasse como tudo começou e de onde vieram. Mas não era das tarefas a mais simples... ainda que já tendo um conhecimento precioso sobre sementes, mesmo ao olhar mais atento elas pareceriam iguais. Enquanto vasculhavam, o jovem separava aleatoriamente algumas sementes que já não tinham mais valor.

Até que, ao descartar uma outra, sua esposa o interrompeu e recolheu a semente. Entendia-se porque deveria ser descartada    era pequena demais, verde, e claramente não tinha se desenvolvido como as outras. Provavelmente, mesmo que plantada, não vingaria. Mas para ela não importava... seria aquela. E se não vingasse, tudo bem, não haveria outra flor.

E então plantou, com a melhor terra, com o melhor adubo, regando regularmente com todo o cuidado. Passaram-se alguns meses, eles se mudaram, construíram sua primeira estufa e encontraram novos e mais poderosos clientes. Os negócios iam bem, mesmo que aos poucos, mas a flor não brotava. Ainda assim a terra era constantemente revolvida e tratada. Passaram-se mais alguns meses e passaram a desenvolver outras espécies de plantas, os negócios alavancavam. Enquanto a flor selecionada ainda não revelava surpresas. Mas os cuidados permaneciam e já haviam virado rotina.

Foi durante uma viagem do casal, numa exposição fora da cidade, que o primeiro raminho floresceu. Frágil, delicado e tão pequeno que qualquer vento um pouco mais forte seria capaz de desfazê-lo. Quando enfim puderam ver que a florzinha enfim começava a nascer, celebraram de tal forma que resolveram enfeitá-la com um pequeno anel dourado, posto cuidadosamente ao redor daquele que seria seu caule.

O tempo passou, e a florzinha aos poucos se desenvolvia. Em meio a tantas outras flores magníficas, ela enfim ousou desabrochar, brotando somente uma flor, uma única vez. Tão fraca, com pétalas desbotadas e com pouca sustentação, que não parecia ser capaz de se suportar.

As pessoas não entendiam porque lhe era dada tanta importância  Ao público que visitava as estufas do casal, que agora se estendiam a vários quilômetros nos campos ao redor de uma pequena mansão, ela era apresentada por último, como se fosse a criação mais especial de todas. 
O curioso era que, desabrochando uma única vez, a flor que parecia tão frágil nunca se desfizera. O tempo a maltratava, era verdade. Suas pétalas estavam cortadas, em alguns pontos já haviam pedaços caídos, mas ela permanecia firme. Um casulo foi feito para protegê-la, e como que por mágica ela permaneceu em pé durante muitos anos.

Décadas se passaram, o jovem casal envelhecera e já não era capaz de cuidar tão bem dos seus suntuosos jardins. Foi quando decidiram entregar o negócio aos trabalhadores mais novos e voltaram a morar na antiga casinha onde tudo havia começado. Da mansão onde tão bem viveram, levaram somente algumas mudas de roupa e a frágil florzinha. Abriram as portas da velha casa e passaram a receber novas e frequentes visitas. Julgaram que para velhos sozinhos como eles não era bom e nem saudável se aprofundar na solidão. E todos os conheciam, tendo o carinho especial das crianças do bairro, que se divertiam com suas histórias e as lições de jardinagem.

Foi quando, num fim de tarde qualquer, caloso e tranquilo, viram as últimas luzes do dia refletir no cristal do casulo da flor. Seus olhos já cansados enxergavam muito pouco, mas um perfume suave começou a tomar conta do lugar. Notaram então o efeito da refração das luzes e o pequeno espetáculo de cores que formavam. Num breve clima de sonho, se renderam e cochilaram. E quando enfim o sol se pôs, e de repente despertaram, puderam notar o que havia mudado no local. A pequena florzinha não estava mais em seu lugar de origem. Provavelmente no momento de distração alguém a havia levado...

A senhora então se desesperou. Onde estaria sua florzinha?! Procuraram sem rumo pela casa; afinal onde poderia estar uma flor que mal tinha chances de ficar em pé fora do casulo? Passaram-se algumas horas até que notassem rastros de terra no tapete da cozinha, em direção ao jardim. O seguiram preocupados e sem esperança, procurando algum outro sinal. O jardim agora parecia ainda menor que antes. Muito menor diante da lembrança dos imensos hortos e estufas da mansão. Mas foi ali, num cantinho mais exposto do canteiro, que encontram a florzinha já plantada, sendo acalentada por uma das crianças da vizinhança.

Nervosos, os dois se aproximaram buscando alguma explicação. Aquela travessura lhes custaria a flor da qual cuidaram a vida inteira, a flor que simbolizava todos os anos de esforço e felicidade na profissão. Mas no menino traquino não havia nem sinal de preocupação ou arrependimento. Ele se divertia em revolver a terra, espalhando-a para todos os lados, e expressava até certo orgulho.

"Plantei a mudinha", ele dizia.

Ainda mudos, eles olharam confusos o cenário inesperado. Já era noite, mas na penumbra do jardim a pequena florzinha praticamente irradiava uma pálida luz própria. Se aproximaram mais e viram, pela primeira vez, algum sinal de viçosidade. Não ousaram tocá-la, mas a senhora sentiu que alguma coisa faltava.

"O anel" questionou ao menino "Onde está o anel que a enfeitava?"

O garoto então retirou do bolso o enfeite ainda sujo de terra "Desculpa... é que parecia que apertava"

Receberam de volta o pequeno elo dourado e levaram o menino para dentro da casa, estava ficando tarde e sua mãe logo se preocuparia com sua ausência. Ele se foi com alguns biscoitos nas mãos e a promessa de que poderia voltar no dia seguinte.

Então o casal voltou novamente para o jardim, com a dor na consciência de que a florzinha provavelmente não teria resistido ao sereno. A senhora, já chorosa, lamentava que tantos anos de cuidado tivessem tal fim. Qual não foi a surpresa ao notarem que, apesar dos ventos que a balançavam, a florzinha permanecia forte. Como girassol que gira de acordo com a posição da luz, ela se erguera como se algo, de repente, a sustentasse. Não conseguiam entender. Apesar do impulso de pensar que seria melhor removê-la da forma mais delicada possível e devolvê-la ao casulo, não conseguiram reagir. De tão perplexos, sentaram-se ao redor do canteiro e horas depois adormeceram. Acordaram com o amanhecer e os raios de sol lhe cegaram os olhos. De repente a preocupação do quanto isso afetaria as frágeis folhas e pétalas da florzinha. Mas ela permanecia, inabalável, e ainda mais firme.

O dia passou, e com a volta do garoto, que teimava em continuar revolvendo a terra em volta da flor, notaram que em poucas horas haviam brotado raízes. Ao fim do dia, outro pequeno botão começava a aflorar no novo ramo que surgira. Era, ao mesmo tempo, espantosa e maravilhosa a forma como agora se desenvolvia. E o casal, que tantos anos se aprimoraram no cultivo de flores como aquela, ficou cada vez mais intrigado. Afinal, porque ela nunca cresceu dessa forma antes?!

Não haviam explicações. Seria a terra do jardim que favorecia o crescimento? Mas ela fora plantada quando ainda moravam na velha casa, e foi aquela mesma terra que havia sido utilizada em seu procedimento. Seriam as mãos do garotinho?! Pouco possível... o motivo de ele estar tão orgulhoso sobre o crescimento da florzinha foi justamente o fato de que nunca antes havia conseguido fazer brotar alguma coisa. Nem mesmo as sementinhas de feijão usadas nas experiencias com as outras crianças.

Foi quando tocaram a flor pela primeira vez em busca da resposta, que enfim a encontraram. Já havia passado certo tempo, ela se revelara a flor mais linda que jamais imaginariam que pudesse ser. Mas ao revistar seu caule, agora forte e grosso, notaram que havia um ponto onde ele se afinava, se contorcia. Como se fosse o único ponto seco e sem vida da flor, todas as novas flores floresceram a partir dos novos ramos que brotaram, mas aquele ponto permanecia intacto.

Então entenderam. Era aquele o lugar onde antes ficava o anel dourado que julgavam abrilhantar e honrar a flor eleita. Mesmo com a intenção de a diferenciar das demais, foi aquele ato que impediu que a plantinha se desenvolvesse como deveria. E ao se depararem com a verdade, quão mais a admiraram por     mesmo que com seu caule amordaçado     crescer e florescer com a pouquíssima força que lhe restava. E por tantos anos se sustentara assim, como se soubesse que um dia enfim poderia gerar outros ramos e mostrar seu verdadeiro potencial.

E mesmo que agora fosse merecedora das honrarias que as outras flores premiadas do casal receberam, eles a mantiveram ali, no velho canteiro. Suas mudas, que eventualmente podiam ser extraídas, foram distribuídas entre as crianças do bairro, e em alguns meses cada casa tinha em seu jardim uma amostra da flor que representava a vida dos dois. Graças a elas, eles se eternizaram, e permaneceram vivos mesmo depois de sua morte.
OBS: não pensei que fosse conseguir chegar ao fim disso aqui kkkkkk' Mas preciso ficar feliz em saber que acabou exatamente com a moral que eu queria transmitir quando pensei nessa história. Porque ela mudou totalmente ao longo do curso... mas no fim ainda retratou essa vida de estar abrilhantada sob expectativas até poder florescer ao estar liberta delas. Comigo foi assim, e eu sei que com um bucado de gente também... espero que se enxerguem! :)

quarta-feira, 6 de março de 2013

Inconsciente Coletivo.


Não estamos falando sobre minha dificuldade em lembrar de certos detalhes, como "onde foi parar minha chave?" ou "qual o trabalho da semana que vem?!".
Também não estamos falando sobre os pensamentos de Freud (que aquela música de Los Hermanos me faz lembrar) sobre o trabalho do inconsciente em fazer você esquecer aquilo que você na verdade não quer recordar... ou talvez seja.

Vivemos e vemos, praticamente todos os dias, acontecimentos que mexem conosco, enternecem o nosso coração. Nos abalam, nos colocam em profunda reflexão sobre as questões da vida, o universo e tudo mais, mas passados os primeiros instantes, o hábito vem e apaga. Como coisa escrita na areia que se desfaz devagarinho enquanto a maré sobre.

Centenas de jovens morrem num acidente horrível. Paramos para chorar e pensar em como a vida é passageira. Dois meses depois... onde foi mesmo que tudo aconteceu?
Milhares de pessoas são mortas numa guerra sem sentido. Meu Deus, porquê tantas guerras?! O objetivo final quase nunca interessa a quem dá a vida em nome dele. Não há como concordar com isso. Anos depois... de qual guerra você está falando?
Uma jovem se suicidou aqui perto de casa. Ela era tão linda, feliz! E o motivo me pareceu tão banal. Mas eu sequer a conhecia, então...

Não estamos falando sobre mim ou sobre você. Estamos falando da maldita mania de fazer com fatos marcantes, que poderiam - e deveriam - mudar o rumo das nossas histórias, sejam levados na correnteza do tempo da mesma forma que qualquer outro acontecimento banal. 
Talvez sob essa ótica Heráclito não esteja tão certo... o tempo passa, mas nós (e o "rio") não mudamos.
Existe sempre alguma coisa latente, nata, que nos matem exatamente da forma forma que éramos a séculos atrás. A sociedade muda, a modernidade aflora, assola, reformula, mas no fundo continuamos os mesmos.
E todos os fatores que poderiam quebrar esse ciclo são simplesmente anulados, como se viver por egoísmo fosse qualidade necessária para o instinto de sobrevivencia. 
Olhe para trás, reveja a história. 
Seja lá quem lutou para reformular o sistema, sempre foi amordaçado, violado, até que sua voz fosse completamente abafada. Tudo isso pela elite opressora?! Sim, com certeza. Mas principalmente pela massa que enxerga na mesmice a melhor opção. Em que situação é preciso estar para que a mediocridade seja vista como um porto seguro feliz?

E justamente isso não muda.
É estranho, não é?!

É preferível a falta de esperança, a falta de fé, a crença no nada em vez de um direcionamento a algo que se transfigure em puro e infindável amor. Amor... é conto da carochinha. E qualquer coisa que remeta a ele também é.



Desculpa, mas eu tenho medo. E desse medo eu não consigo esquecer.


domingo, 3 de março de 2013

Carta de Abraham Lincoln para o professor de seu filho


"Caro professor,
Ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, para cada egoísta, há um líder dedicado.
Ensine-o, por favor, que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-o que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada.
Ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso.
Faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho. Ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço. Deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou a pedir muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."

OBS: É uma bela carta. Mas, só pra questionar, não é exatamente isso o que um pai - e não um professor - tem que transmitir ao seu filho?! E quem lá sou eu pra questionar Abraham Licoln, não é?! -.-'

sábado, 2 de março de 2013

Lições Sonoras: Folhas de Outono (Felipe Valente)




Olhar pro tempo fora do lugar com lápis e papel
Matando o tempo afim de rabiscar todo o azul do céu
E a porta aberta trás o vento do quintal...
Soprando faz lembrar minha condição
Percebo que sou tão frágil... frágil como folhas de outono 
Tão frágil... frágil como quem não tem dono 

Eu deixo a luz do quarto se apagar pra deitar no chão
Pedindo pra teu lápis desenhar meu papel de pão 
É fácil descansar nessa condição... 
Pra logo despertar vendo as folhas pelo chão
Me lembro que sou Tão frágil... frágil como folhas de outono
Tão frágil... frágil como quem não tem dono

E esse vento que soprou me fez perceber que não estou tão solto assim.


OBS: É assim. Essa música trás uma paz pra gente... tão simples, mas tão assim... kk' Por essas e outras que amo Felipe Valente. Ele sabe traduzir essa gratidão que mal dá pra explicar. :)

sexta-feira, 1 de março de 2013

Amor nas veias e no coração


Foi em casa que eu aprendi a teoria da sobreposição do amor. 
Observando meus pais e descobrindo aos poucos todos os defeitos tão latentes deles, e em meio a tudo isso descobrir que existe muito mais a descobrir - sobre eles e sobre tudo.
Depois me disseram que isso era "ver o lado bom das coisas", mas eu sempre convivi com isso de um jeito tão natural que simplesmente me é estranho ver alguém ser pessimista ao ponto de se negar a enxergar.
Não é que a vida seja perfeita... nunca foi. E é claro que todos temos nossos momentos de ponto cego.
E já passamos cada perrengue... preconceitos, contradições, falsas impressões, julgamentos, falta de dinheiro (quando nunca?!) e falta de amigos.
Talvez fosse a pior das situações. Achar que se podia contar com alguém e no fim perceber que estava enganado. Gostaria muito de dizer que isso só aconteceu uma ou duas vezes...
Mas mesmo quando a coisa apertava, o bicho pegava, e a gente não via mais pra onde correr, nosso maior alento era justamente em ver que estávamos juntos, apesar de tudo.
É fácil. Só jogar amor por cima.

Foi esse amor incondicional que nos trouxe até aqui e que nos manteve de pé.
E lá no fundo facilitou muito as nossas vidas... porque quando um ficava estressado demais, ou falando demais, os outros fechavam os olhos e se lembravam que aquilo iria passar, que era importante suportar.
Quando algum dos três se revoltava e queria desistir, era outro que segurava a rédea e seguia em frente.
Quando algum desafio novo acontecia, os três sentavam e organizavam o plano tático para passar por mais aquela do jeito que tinha que ser: juntos.

E mesmo quando minha mãe fica atacada (acontece com frequência 'kkkk);
E mesmo quando meu pai resolve jogar tudo pra cima e deixar pra lá;
E mesmo quando eu tenho minhas crises de mal humor insuportáveis,
enxergamos o amor construído ao longo desses 20 e poucos anos e conseguimos sorrir.

Não quero que fique parecendo que é tão fácil... não é. Mas encarar isso já se tornou habitual, como deve ser.
Nossa pequena grande família é tudo o que eu quero ser e ter, mesmo quando ela vier a crescer mais um pouquinho.

Prazer. Família Amor Rodrigues.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Como se ama.



“Claro, como se ama um amigo
Eu te amo, vida enigmática –
Que me tenhas feito exultar ou chorar,
Que me tenhas trazido felicidade ou sofrimento,
Amo-te com toda a tua crueldade,
E se deves me aniquilar,
Eu me arrancarei de teus braços
Como alguém se arranca do seio de um amigo.
Com todas as minhas forças te aperto!
Que tuas chamas me devorem,
No fogo do combate, permite-me
Sondar mais longe teu mistério.
Ser, pensar durante milênios!
Encerra-me em teus dois braços:
Se não tens mais alegria a me ofertar
Pois bem – restam-te teus tormentos."

Sua Lou.

Poema escrito por Lou Salomé a Nietzsche

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Viúva Negra.



          Num dia nebuloso, que alimentava e irritava minha cólera, me rebati entre as dores e abri as portas. Uma baforada de vento quente maltratou meus olhos e contaminou meus pulmões. Apesar do clima adverso, as palpitadas recomeçaram em ritmo feroz. Enfim a natureza me traria paz, ou o fim que fosse tão esperado. Me recostei no batente e saí. Me permiti o luxo de uma última caminhada.
          E foi na que parecia a última oportunidade que a encontrei. Veio caminhando lentamente ao lado do bom rapaz que me despusera o cargo de amigo. Minha vista embaçada demorou a reconhecê-lo - e na verdade talvez tivesse se recusado a ver - mas ao me dar conta já não poderia escapar. Levantei os olhos e sem pensar me manifestei "De que estrelas caímos nós para nos encontrar aqui?!".
          Primeiramente o espanto, depois o sorriso, e dadas as raras opções, ela se revelara. Simples, despretensiosa, com todos os jeitos de quem nada deve e nada teme. A ingenuidade acalentada pelos olhares meigos e sorrisos fartos. E fartos não eram apenas os sorrisos. Seus comentários bobos, as gargalhadas soltas, rindo e fazendo sorrir com uma naturalidade quase calculada. Passaram-se os primeiros instantes, e de um simples reconhecimento passei a contemplá-la. E como inteligente se fazia, engrandecendo os meus pequenos feitos e correspondendo as minhas afirmações. Seria impossível evitar. Enxergar nos olhares uma visão dos meus desejos e me encontrar perdido nos encantos dela.
          Analisar aos poucos, tão pouco sutil, o delinear dos seus lábios e o afago de suas curvas. Ouvir sua voz como a canção hipnotizante, sereia do meu conto, enredo do meu mar.
Fui tomado pelo fôlego que se esquecera do vislumbre de um último instante.

          Nos despedimos e então andei errante na volta para casa. Como se não houvesse mais destino e como se realmente houvesse chegado o fim. O fim de uma vida sem ela, sem a calma e sem o fogo. Vida sem paixão.
          Já não mais me reconhecia e toda dor que no meu peito fluía desembocava num único destino de interesse... Lou.